segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Interrupção de 01 a 03 de Dezembro.

Por imperativos de uma curta mas inadiável viagem interromperemos de 01 a 03 de Dezembro este nosso/vosso espaço de conhecimento sobre a Ordem do Templo e o Reino de Portugal, que, com algum trabalho, mas muito gostosamente, venho publicando diariamente com a mesma alegria e empenho com que a vossa presença se me torna uma honra. Dia 4 esperamos retomar o nosso ciclo de conhecimento e de lugar.
Pedro Alvites

Autores e Obras citados de 1.Novembro.2009 a 29.Novembro.2009.

Monge escrivão.

(a Autores e a Obras anteriormente referenciados, apenas se lhes citam os nomes e respectivos títulos.)

Adeline Rucquoi, História Medieval da Península Ibérica;
Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro II;
António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II;
António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal;
António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar;
Ibn Khaldoun, Historie des Berberes, edição do barão de Slane, Tomo II, Paris, 1927;
Enrique Flórez, pe., España Sagrada, T. 16;
Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II;
José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147;
José Carlos Sánchez Montero, Apogeu e Decadência, Prisão e Julgamento da Ordem do Templo, Codex Templi;
José Manuel Capêlo, As Sedes Templárias em Portugal, Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Capítulo VII, pp. 159-220;
José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1;
José Pires Gonçalves, Alguns Monsaraz da reconquista, Anais, Academia Portuguesa de História, Volume 25, Lisboa, MCMLXXIX (1979);
Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão;
Mário Jorge Barroca, Do vale do Mondego à reconquista definitiva de Lisboa (1147), Vol. 1, Da Reconquista a D. Dinis, Nova História Militar de Portugal;
Miguel de Oliveira, pe., História Eclesiástica de Portugal, p. 110, Publicações Europa-América, Mira Sintra — Mem Martins, 1994;
Paulo Pereira, Templários e Templarismos, Vol. VIII, Enigmas, Lugares Mágicos de Portugal;
Pinharanda Gomes, A Regra Primitiva dos Cavaleiros Templários;
Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria;
Pedro Alvites.

Outros:

Chronica Adefonsis Imperatoris
DR, Documentos medievais portugueses. Documentos régios. A.D. 1095-1185, ed. de Rui Pinto de Azevedo, vol. I (1-2) e II, Academia Portuguesa de História, Lisboa, 1958-1962.
Livro de Mestrados, folha 17;

Até breve.

domingo, 29 de novembro de 2009

Cova.

Celeiro subterrâneo a que, antigamente, chamavam silo. Os Mouros ainda, actualmente, usam destas covas, a que chamam atamorras, matamorras e matmorras, que são do feitio de uma cisterna, com três ou quatro braças d’alto, e largas à proporção, e nelas conservam o trigo talvez por cinco, seis ou mais anos, sem a mais leve corrupção. E, para isto, depois de debulhado e bem limpo, em estando frio, o metem na cóva, cobrindo-o com palha e depois com terra. Assim nas casas, como nos campos, eles usam destes celeiros.
[Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, fr., Elucidário, Vol. II (B-Z), p. 142.]
Até breve.

sábado, 28 de novembro de 2009

Bens Templários. (I)

Fundados para a defesa da Terra Santa, os Templários focaram sem missão no Oriente desde que as últimas praças caíram em poder dos Turcos (1291). A Ordem estava contudo em plena florescência e possuía na Europa grandes riquezas que excitavam a cobiça dos reis. Em Portugal, consta haver sido saqueada por D. Sancho I e D. Afonso III. Em França Filipe, o Belo, foi mais longe: moveu aos Templários um processo iníquo, para os extinguir e se apoderar dos seus tesouros O papa Clemente V acabou por ceder às instâncias do rei (1312), mas determinou que os bens da suprimida Ordem se unissem aos dos Hospitalários. Desta determinação foram entretanto excluídos os que os Templários possuíam nos reinos da Península, em virtude das razões apresentadas pelos respectivos monarcas.
[Miguel de Oliveira, pe., História Eclesiástica de Portugal, p. 110, Publicações Europa-América, Mira Sintra — Mem Martins, 1994.]
Até breve.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Preparação para a conquista de Lisboa, em 1147. (IV)

Rei e os seus guerreiros antes da batalha.

A 16 de Junho chegaram ao porto as primeiras naus dos cruzados. O bispo, que logo os visitou, recebera a 15 uma carta do rei dizendo-lhe: Se por ventura arribarem aí os navios dos francos (…) E D. Afonso ordena-lhe que os receba com benignidade, os convide para o assédio e o próprio bispo com outros que o queiram fazer se lhes entreguem como reféns e venham a ter com ele, rei, junto de Lisboa.
No sermão que o bispo D. Pedro pitões prega no dia 17 aos cruzados diz-lhes que D. Afonso
partira, havia já dez dias, com todo o seu exército contra Lisboa. Aguardaram os cruzados o resto da armada; mandam chamar a Braga o arcebispo D. João peculiar; deliberam seguir com os bispos para Lisboa a fim de que ouvissem ali pessoalmente o que o rei lhes mandara dizer; partem a 26 do Porto e chegam ao Tejo na tarde de 28.
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, pp. 56-57.]
Até breve.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O ideal trovadoresco e o Amadis de Gaula. (II)

Nestas referências não se indica o autor, mas, em 1454, o cronista português Gomes Eanes de Zurara, na Crónica de D. Pedro de Meneses, declara que o Amadis fora escrito no tempo de el-rei D. Fernando «a prazer de um homem chamado Vasco de Lobeira».
No tempo do rei D. Fernando, que começou a reinar cerca de 1345
(1), já os três livros do Amadis eram lidos e citados por autores castelhanos como obra muito conhecida. Portanto, não podemos atribuí-los a este Vasco de Lobeira.
(…) No
Cancioneiro de Colocci-Brancutti é subscrita pelo redactor, João Lobeira. João Lobeira é um cavaleiro-fidalgo, vassalo de Afonso III e de D. Dinis e oriundo da Galiza. Há notícias dele a partir de 1261 e até 1285 (2).
Nada mais tentador do que relacionar o João Lobeira da época de D. Dinis com o Vasco de Lobeira do tempo de D. Fernando e atribuir a este a continuação de uma obra começada por aquele.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 45.]
Nota nossa:
(1). — D. Fernando começou a reinar em 1367. Nasceu, sim, em 1345. Houve aqui um lapso do nosso autor.
Nota do autor:
(1). — Ver C.(arolina) Michaëlis, Cancioneiro da Ajuda, Vol. II, pp. 523-525.
Até breve.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Segunda reconquista de Silves.

Muralha do castelo de Silves.

(…) quando Rui de Pina, na Crónica de Afonso III, recorda a segunda “reconquista” de Silves pelas hostes do Mestre da Ordem Militar de Santiago, também acaba por a atribuir não tanto a uma derrota militar da urbe, mas antes, conforme já antes referimos, a uma artimanha que levou os cristãos a nela conseguirem penetrar sem ter de se medir com a preparada resistência dos muros urbanos e dos seus experimentados defensores. Com efeito, a entrada cristã na cidade e a sua posterior conquista ficou a dever-se ao facto dos santiaguistas terem armado uma cilada ao rei de Silves. Sabendo que ele saíra da urbe com uma pequena escolta para defender a Torre de Estombar, uma das atalaias da cidade que os cristãos tinham acabado de ocupar de surpresa, os cavaleiros da Ordem rapidamente se dirigiram para as muralhas de Silves e distribuíram os seus homens de forma a barrar o acesso exterior a todas as suas portas, disfarçando, no entanto, a guarda montada a uma delas, a de Azoia. Assim, quando o soberano muçulmano, dando-se conta de que Silves fora cercada, procurou regressar à cidade para nela preparar a defesa, achou embarguo e resistência em todas as portas(1), a não ser aparentemente, na que lhe estava armadilhada. Ao aproximar-se, o rei confrontou-se então com os santiaguistas que escondidamente a barravam, seguindo-se a luta que fora planeada para levar os guardas urbanos a abrir a porta para sair em socorro do soberano. Desse modo, obtido o pretendido, os freires aproveitaram a confusão e assim entraram e iniciaram a tomada da urbe, cuja posse, aliás, viriam então a agregar às suas anteriores conquistas de Tavira, Salir, Alvor e Paderne.
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 115.]

Nota da Autora:

(1). — Rui de Pina, Crónica de Afonso III, Cap. IX, p. 185.
Até breve.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fronteira entre Tejo e Guadalquivir. (II)

Um ambiente pouco propício para reis, mais adequado aos rudes homens da fronteira filhos de uma aprendizagem secular, esses mesmos a quem os califas almohadas entregavam a guerra quotidiana ou ouviam aquando das suas gigantescas incursões organizadas, por disporem de um conhecimento especializado inacessível aos não iniciados. Entre eles alguns como a grande família dos Banū Wāzir, originária de Beja — tão importante no Gharb al-Andalus como os Sousões o eram no Norte senhorial — transmitem esse conhecimento na linhagem, numa linha contínua que vai daquele que é ao mesmo tempo da conquista de Lisboa e Santarém o rei verdadeiro de todo o Gharb interior, Sidray Ibn Wāzir, até ao alcaide de Alcácer derrotado em 1217, aquele mesmo que encenou uma pseudoconversão ao cristianismo apenas para depois se escapar.
[Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II, p. 137.]
Até breve.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A fundação de um Reino. (IV)


O cardeal Guido de Vico viera por aquele tempo a Espanha como legado do papa Inocêncio II e ajuntara um concílio provincial em Valhadolid, em que se promulgaram as resoluções do segundo concílio geral de Latrão e se deram, algumas outras providências relativas especialmente à Igreja de Espanha. O imperador e o rei de Portugal dirigiram-se nessa conjuntura a Zamora para numa conferência assentarem as condições de duradoura concórdia. Guido, provavelmente como representante do pontífice, foi chamado a assistir à conferência dos dois príncipes, que, segundo parece, resolveram amigavelmente as controvérsias que os tinham obrigado a demorar a conclusão da paz. Quais foram as condições desta? Nenhum monumento especial que no-lo diga chegou até nós; mas o que se pode asseverar é que o imperador reconheceu o título de rei que seu primo tomara, e que este recebeu dele o senhorio de Astorga (2), considerando-se por essa tenência seu vassalo. (…) Segura assim a tranquilidade dos dois estados, Afonso I voltou aos próprios domínios, deixando por governador de Astorga o seu alferes, Fernando Cativo.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro II, pp. 451-452.]

Nota do autor:

(1). — «A 4 de deciembre del 1143 en donacíon de la infanta D. Sancha (…) que ténia esta ciudad (Astorga) el rey de Portugal por gracia del nuestro; anadiendo que la gobernaba, en nome del português, Fernando Cativo, etc.», Flores, España Sagrada, T. 16, p. 206. Sobre a narrativa deste e dos subsequentes parágrafos veja-se a nota XIC no fim do volume. [Nota 68.]
Até breve.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ocupação e povoamento. (III)

Primeiro tomava-se a terra, a herdade, na qual se passava a cultivar vinhedo, edificar casas e oratório religiosos e todas as outras coisas necessárias à vida humana. A herdade acabava por ser uma administrativa área que exigia delimitação administrativa escrita, isto é, uma afirmação visível da propriedade e o reconhecimento desta por uma entidade superior, no caso, o rei.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 28.]
Até breve.

sábado, 21 de novembro de 2009

O reino franco do Oriente. (III)

As cidades fronteiriças, tais como Edessa e Antioquia, eram disputadas pelas potências cristãs e não-cristãs circundantes, que mudavam, fundiam-se, aliavam-se ou atacavam, conforme exigiam as conjunturas do momento. A religião era, muitas vezes, subserviente a necessidades políticas e militares imediatas: o governador Isaac, irmão do imperador João de Constantinopla, fugiu da corte em 1130 e passou os nove anos seguintes a conspirar com vários príncipes muçulmanos e arménios. O sobrinho do mesmo imperador, também chamado João, tornou-se muçulmano e casou-se com a filha de Mas’ud ibn Kilij Arslan, sultão seldjúcida da Turquia e um dos maiores inimigos de seu tio.
[Edward Burman, Templários: os Cavaleiros de Deus, p. 59.]
Até breve.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A importância de Tomar e Castelo Branco como cidades Templárias em Portugal.

Em relação à importância de Tomar como capital templária de Portugal, deveremos reconhecer que ela foi visível aquando da sua formação, começada a 1 de Março de 1160 e acabada no exacto momento em que a sede passou para o recém construído castelo de Castelo Branco, pelo ano de 1214 ou 1215, altura em que a cabeça da Ordem do Templo em Portugal trocou aquela urbe por esta.

Resulta que Tomar passou a identificar-se como um simples priorado, uma normal bailía e uma relativamente importante Comenda, já que era nela que se continuariam a fazer sepultar — na Igreja de Santa Maria dos Olivais, o panteão Templário de Portugal —, os seus Mestres, para onde eram transportados, tivessem morrido onde tivessem. Culto sagrado que os Templários não prescindiam de fazer. Isto verificou-se até ao seu penúltimo Mestre, D. fr. Lourenço Martins [1291-1293], dado que o último, D. fr. Vasco Fernandes [1293-1314], à altura da sua morte [1323], era Comendador de Montalvão, da recém-formada Ordem de Cristo — natural continuadora e sucessora da Ordem do Templo, que D. Dinis formara em Portugal para absorver a maioria dos bens pertencentes àquela Milícia, aliás, maioritariamente constituída por antigos monges-guerreiros Templários — fora sepultado “sob a nave principal e junto ao altar-mor da igreja de Montalvão”, como se julga saber, e nos refere José Manuel Capêlo [
Portugal templário, Relação e sucessão dos seus mestres [1124-1314], A presença Templária em Portugal, p. 169, Zéfiro, Sintra].

A importância de Tomar voltou a ser evidente e tomar a projecção, que o tempo e o modo proporcionaram que tomasse, apenas, aquando do regresso da hierarquia da Ordem de Cristo, vinda de Castro Marim, em 1357, onde tinha a sua sede desde 1319, durante o mestrado de D. fr. Nuno Rodrigues [1356-1372].

Portanto, há que fazer uma revisão geral sobre a matéria e colocar devidamente nos seus lugares os homens, os factos e os registos como eles devem ter de ser colocados, aliás com o rigor e a sem cerimónia que a História exige que se faça.

É evidente que Tomar, dada a beleza de que sempre se rodeou e a preservação que tem tido e sabido manter ao longo de todos estes séculos, não só do seu castelo mas da grande maioria dos seus próprios elementos, como urbe, merecerá uma atenção bem maior do que a que Castelo Branco tem evidenciado. Evidentemente nesta, muito por culpa da sistemática destruição causada pela mão humana, dos que mandam e dos que talham, não só no castelo mas, principalmente, na memória dos Templários que a souberam erguer e fazer preservar durante os cem anos de vigência da Ordem no seu seio, e, igualmente, mantida capital Templária dos 3 reinos, Leão-Castela-Portugal, até 1288, ano da morte do Mestre D. fr. João Fernandes [1283-1228], altura em que se dissolveu, dado os elementos Templários de Castela(-Leão) resolverem, à revelia, tornar-se “independentes” do comando que sempre fora tido por portugueses, excepto no Mestrado de D. fr. Guilherme Fulcon, que tudo indica parece ser oriundo de França ou da Catalunha, ou, quiçá, mesmo de Portugal [Cf. José Manuel Capêlo, ob. cit., p. 155]. A destruição contínua do seu espaço e, como dissemos, principalmente da sua memória, que se continua a verificar até mesmo nos dias de hoje, sem respeito nenhum pela ancestralidade e pelo lugar, pouco deverá constituir de imagem e tempo a que foi, durante cem anos, a capital e a cidade templária mais importante de Portugal.

Por isso, duma coisa devemos ter conhecimento e noção: é que não foi Tomar a cidade templária por excelência, em Portugal, como nos tem sido dito ou pretendido fazer entender, mas sim Castelo Branco. Há que ter plena consciência e franco conhecimento, relação e evidente parecer.

Tem que se atentar mais na realidade da História do que na nomenclatura do mito, para que a verdade histórica seja aquela que deva ser conhecida e não uma outra qualquer que nos querem impingir e fazer que perdure.

Tudo o resto, é um pouco como… cantigas, que a leveza do vento breve traz e a pouca memória dos homens consente
.
Pedro Alvites
Até breve.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Algibe.

Algibe.

Cisterna dos castelos árabes que atingia, nalguns casos, grandes dimensões.
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 34.]

Até breve.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ferreira de Aves.

Por outro lado, já metade da povoação de Ferreira de Aves, em 1146, era pertence dos Templários. Estabelecidos no seu castelo de Soure trocam com os cavaleiros do Hospital as terras que aqui possuíam.
[José Manuel Capêlo, As Sedes Templárias em Portugal, Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Capítulo VII, p. 173.]

Até breve.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Doação de Idanha-a-Velha aos Templários, em 1199.

«Eu, el-rei D. Sancho [I], com meu filho el-rei D. Afonso [II], e os demais filhos e filhas, faço escritura e troca firmíssima a vós D. Lopo Fernandes, mestre da Ordem do Templo, e a vossos cavaleiros da cidade de Idanha, a qual vos damos por dois castelos que nos entregaste em terras de Bragança, que são Penas Roias e Mogadouro». [Livro de Mestrados, folha 17, Torre do Tombo, Lisboa.]
Passou-se a carta na Covilhã a cinco de Julho da era de 1237, que é o ano de 1199 [da era cristã]. Confirmam nela D. Gonçalo Mendes, mordomo da Corte; D. Paio Moniz, alferes; D. Raimundo Pais, senhor da Covilhã; D. Martim Lopes, senhor de Trancoso; D. Lourenço Soares, senhor de Lamego; D. Egas Afonso, senhor de Lafões; D. João Fernandes, vedor da Casa ou trinchante de el-rei
.
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 106.]

Até breve.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Reconquista e desintegração.

Não obstante, se a Reconquista parece ser obra de todos os espanhóis e se os reis de Leão e Castela podiam pretender ser os seus legítimos empreendedores, a realidade hispânica era bem outra e, a coberto de um empreendimento comum, de um «projecto» repartido, o decorrer do tempo fez aparecer cada vez mais nitidamente os factores de dissolução e de desintegração do conjunto hispânico.
[Adeline Rucquoi, História Medieval da Península Ibérica, p. 174.]

Até breve.

domingo, 15 de novembro de 2009

Confirmação do castelo de Soure aos Templários.

Castelo de Soure.

A transferência da cúria para Coimbra trouxe, naturalmente, para a ordem do dia a questão da segurança da cidade. As medidas sucederam-se. Pouco anos antes, D. Afonso Henriques tinha confirmado à Ordem do Templo a posse do Castelo de Soure e do seu termo (onde se incluíam as povoações de Ega, Redinha e Pombal). A primeira doação deste território tinha sido assinada por D. Teresa em 19 de Março de 1128 (DR, 79). Depois da batalha de São Mamede, o príncipe «confirma» a doação de sua mãe, outorgando, a 14 de Maio de [1129-1130], um diploma de teor semelhante (DR, 96). O diploma de D. Teresa ocupa um lugar especial na história dos Templários em Portugal já que é o primeiro documento que testemunha a presença destes freires entre nós, apenas uma década depois da fundação da Ordem em Jerusalém. Com essa doação, os freires do Templo recebiam um território de vital importância, que permitia controlar os acessos a Coimbra a partir do sul, nomeadamente o itinerário que seguia a velha estrada romana que ligava Lisboa a Coimbra. O diploma de D. Afonso Henriques, de [1129-1130], veio confirmar a confiança que o infante depositava nos freires, que nessa altura estariam, por certo, a reconstruir o antigo Castelo de Soure, erguido por D. Sesnando depois da reconquista de 1064.
[Mário Jorge Barroca, Do vale do Mondego à reconquista definitiva de Lisboa (1147), Vol. 1, p. 40, Da Reconquista a D. Dinis, Nova História Militar de Portugal.]
Até breve.

sábado, 14 de novembro de 2009

Regra. (II)

Fons vitæ, a Regra tem a função paradigmática de mãe e de mestra, mater et magistra. Ela é a verdadeira mãe do professo. A casa onde o professo vive, as funções que lhe cumpre desempenhar, os bens de que dispõe, o direito de manutenção, ou seja, de enxerga, de manjedoura e de fato, são sequências da maternidade magistral da Regra. Se gozar de tais direitos e não cumprir os deveres, constitui-se ladrão, parasita, ou hipócrita, na comunidade fraternal.
[Pinharanda Gomes, A Regra Primitiva dos Cavaleiros Templários, p. 7.]
Até breve.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A fundação de um Reino. (IV)

O cardeal Guido de Vico viera por aquele tempo a Espanha como legado do papa Inocêncio II e ajuntara um concílio provincial em Valhadolid, em que se promulgaram as resoluções do segundo concílio geral de Latrão e se deram, algumas outras providências relativas especialmente à Igreja de Espanha. O imperador e o rei de Portugal dirigiram-se nessa conjuntura a Zamora para numa conferência assentarem as condições de duradoura concórdia. Guido, provavelmente como representante do pontífice, foi chamado a assistir à conferência dos dois príncipes, que, segundo parece, resolveram amigavelmente as controvérsias que os tinham obrigado a demorar a conclusão da paz. Quais foram as condições desta? Nenhum monumento especial que no-lo diga chegou até nós; mas o que se pode asseverar é que o imperador reconheceu o título de rei que seu primo tomara, e que este recebeu dele o senhorio de Astorga (2), considerando-se por essa tenência seu vassalo. (…) Segura assim a tranquilidade dos dois estados, Afonso I voltou aos próprios domínios, deixando por governador de Astorga o seu alferes, Fernando Cativo.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro II, pp. 451-452.]

Nota do autor:

(1). — «A 4 de deciembre del 1143 en donacíon de la infanta D. Sancha (…) que ténia esta ciudad (Astorga) el rey de Portugal por gracia del nuestro; anadiendo que la gobernaba, en nome del português, Fernando Cativo, etc.», Flores, España Sagrada, T. 16, p. 206. Sobre a narrativa deste e dos subsequentes parágrafos veja-se a nota XIC no fim do volume. [Nota 68.]
Até breve.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Glossário

Para que haja um melhor conhecimento e enquadramento da época medieval que vimos apreendendo nestes pequenos quadros históricos, que apresentamos diariamente — salvo os raros dias de não publicação por motivos absolutamente alheios à nossa vontade —, achei que seria importante e oportuno, tanto quanto útil, inserir um glossário (1) amplo e diverso que nos possa elucidar melhor quanto ao que pretendemos fazer conhecer. Como já fizemos anteriormente, e em tempo espaçado, daremos nota desses mesmos termos.

Glossário:

abá [do ar. aba.] : espécie de manto usado pelos beduínos.
abadia: igreja ou mosteiro dirigido por um abade ou abadessa; dignidade ou cargo de abade.
abafo: agasalho; cobertura que resguarda do frio.
abanação: antiga pena de desterro por um ano.
abarbar: pôr á mesma altura; atingir; igualar.
abarroado: obstinado; cabeçudo; teimoso.
abduzir: separar; afastar; tirar do seu ponto.
acusação: acto ou efeito de acusar; denúncia, censura, imputação.
alacar: vergar com o peso ou carga.
ágamo: celibatário; assexuado.
alancar: pôr-se em fuga; sair de baixo de um peso.
alarar: viver na mesma casa.
albicastrense: relativo a Castelo Branco; natural ou habitante desta cidade.
alcácer [o m. q. alcáçar]: castelo; palácio régio afortalezado. [do ár. al-qacr.]
alcáçova [do ár. al-qaçaba.]: fortaleza com residência régia ou senhorial; fosso que cingia a cidade. aleivosia: traição; calúnia; perfídia; deslealdade.
apreciadura: preço, valor monetário da pena aplicada a uma infracção ou a um delito.
cabeça do casal: conjunto de posses, geralmente, constituída por casas, currais e alpendres necessários à vida agrícola, como terras, quintas, hortas, e outras.
loqui ex cathedra: falar de cadeira; isto é, falar como o que é definido pelo poder apostólico. Tanto que se dizia: «Os ditos dos Sumos Pontífices não são infalíveis, senão quando decretam alguma coisa».
meirinho: funcionário régio ou senhorial com competências gerais, nomeadamente cobrar os impostos e outras receitas.
peão: vizinho que se demarca do cavaleiro por não possuir cavalo e fazer a guerra a pé, estando, no caso da Guarda, escusado do fossado.
pouso: a mó inferior dos moinhos, sobre a qual gira a galga.
redil: recinto vedado de forma quadrada onde pernoita o gado.
solar: habitação e domínio de um senhor nobre ou de um vizinho importante.
terra calva: no século XIII, chamavam-se terras calvas às que já estavam limpas de mato, rotas e lavradas.
tribo: conjunto de gente nómada da mesma origem e que obedecem ao mesmo chefe.

Pedro Alvites

Nota:

(1) — Para uma consulta da bibliografia aqui inserida, dar-se-á uma relação num dos dias finais de cada ano.
Até breve.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Povoamento de Contrasta.

Bem é verdade que el-rei D. Sancho I fez povoar a vila de Contrasta, se foi pela achar arruinada das armas de Leão, ou pela fundar de novo, nos não consta. El-rei D. Afonso II, estando em Guimarães a 11 de Agosto do ano de 1217, mandou passar foral aos moradores de Contrasta e diz nele: «É de saber (diz el-rei D, Afonso II) que já meu pai el-rei D. Sancho, de ínclita memória, deu outra semelhante carta e foral aos homens de Contrasta». O que eu tenho por sem dúvida é que depois deste tempo se arruinou e tornou a povoar de novo esta própria vila. El-rei D. Afonso III, afirma numa sua carta, que fez a segunda vez povoar esta vila e lhe mudou o nome de Contrasta em Valença. »Quando outra vez fizemos povoar a mesma vila, lhe mudamos o nome de Contrasta e lhe puzemos o de Valença».
[António Brandão, fr., Crónicas de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 67.]
Até breve.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Castelo de Castelo Branco (II)

Torre e pano de muralha, com adarve, do castelo de Castelo Branco.
[Foto de Luis Norberto Lourenço.]

Castelo Branco foi, decerto, um enclave de grande importância para os Templários. Desde logo, o seu nome de baptismo — Castelo Branco — evoca aquilo que sabemos ser o «sistema» de geografia mítica utilizado por Ordens religiosas-militares em Portugal, procurando designar algumas das suas possessões com os nomes de importantes possessões da Terra Santa: assim acontece, de facto, ou hipoteticamente, com Castelo Branco, provável emulação do poderoso castelo de Chastel Blanc, na Palestina, de que recuperava, inclusivamente, a planta e desenho geral.
[Paulo Pereira, Templários e Templarismos, Vol. VIII, p. 110, Enigmas, Lugares Mágicos de Portugal.]

Até breve.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Formação dos reinos de Leão e Castela.

Os reinados de Fernando I, o Grande (1035-1065), e de seu filho Afonso VI (1065/1072-1109) lançaram as bases da futura história de um reino em que Castela suplantaria futuramente Leão, mas que assentava num princípio monárquico herdado da Espanha hispano-visigótica e transmitido pelos reis de Oviedo e, depois, de Leão.
[Adeline Rucquoi, História Medieval da Península Ibérica, p. 159.]
Até breve.

domingo, 8 de novembro de 2009

Ocupação e povoamento. (II)

Oito anos após a conquista de Lisboa, um quarto de Ega começara a ser explorado permanecendo as outras áreas desse território incultas, se bem que os homens de Soure tentassem trabalhá-las de uma forma algo marginal. Significa isto que a necessidade comunitária empurrava os homens para espaços não arroteados e no sentido do seu aproveitamento, mas não nega o estado inicial de ermamento dessas mesmas áreas territoriais.
Atesta também que após a conquista de Lisboa e Santarém (1147) se criaram condições mais eficazes para o povoamento daquelas áreas do termo de Soure e, como maior razão ainda, de Leiria
(1) e das suas comunidades rurais nascentes.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 28.]

Nota nossa:

(1). — Logo no seu início, possivelmente em 1135, chamou-se à nova povoação Leirena. Excepcionalmente, em 1175, foi denominada Lairena, num escrito, muito possivelmente devido a erro gráfico. Por outro lado, e saliente-se, na Chronica Adefonsis Imperatoris o topónimo vem designado por Erena, por mais que uma vez [ver ob. cit., p. 30-31.]. Mas a realidade é que, desde o seu primeiro foral, em 1142, ficou com aquele designativo. O actual topónimo aparece muito naturalmente com a correcção aportuguesada da própria palavra.
Para uma melhor elucidação sobre o assunto, cf. ob. cit., p. 31, e notas 77 a 79.
Até breve.

sábado, 7 de novembro de 2009

O ideal trovadoresco e o Amadis de Gaula. (I)

O ideal trovadoresco expresso nos cancioneiros teve a sua expressão em prosa narrativa escrita, género que se impôs ao público à medida que a arte dos jograis declinava. O tradutor português de um romance de cavalaria, ou o seu copista, fala-nos de gente que lê e leva consigo de um lado para o outro pequenos códices.
O livro em prosa onde mais exemplarmente se espelham os modelos amorosos das cortes de Afonso X ou de D. Dinis é o
Amadis de Gaula, publicado pela primeira vez em Saragoça, em 1508, por Garci Rodriguez de Montalvo, ou, como aparece em edições seguintes, Garci Ordoñez de Montalvo. Este não se apresenta como autor da obra. Diz que corrigiu estes três livros de Amadis, que, por falta dos maus escritores ou compositores, se liam mui corruptos e viciosos, e que trasladou e emendou o livro quarto, etc. Ora, antes de 1379, um autor castelhano alude ao Amadis «em três livros»; e há outra menção castelhana de cerca de 1350.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, pp. 44-45.]
Até breve.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Geralda.

Geralda ou Giralda é topónimo atribuído a uma curta linha de colinas com o recorte suavemente ondulado de serrania de baixo relevo, separada do outeiro de Monsaraz pelo vale do Limpo e outrora certamente integrada na espessa mancha da Mata.
Julgamos tratar-se de antropónimo da Reconquista directamente preso ao nome do fronteiro de Évora, Geraldo ou Giraldo Sem Pavor a evocar e a fixar a sua passagem por estes branhais montaxarenses quando, depois do assalto e conquista da capital do Alentejo, admitimos se tenha vindo esconder nas espessuras desta mata perto de Monsaraz a qual, mais tarde e a lembrá-lo, teria passado a ser conhecida pela
serra do Geraldo ou simplesmente pela Geralda, local donde ele, pela calada da noite, teria partido para mais um dos seus audaciosos e irresistíveis golpes de mão à conquista da Medina muçulmana que, triunfalmente, continuava a campear no alto do outeiro onde hoje se encontra a vila de Monsaraz. O próprio facto do topónimo montexarense ter assumido a forma feminina de Geralda também não pode causar espanto pois o próprio Ibn Khaldoun, talvez o maior historiador árabe de todos os tempos, também se refere, por vezes, ao próprio Gerlado sob forma feminina e trat-o por «Ibn-Geranda», filho de Geralda (1).
[José Pires Gonçalves, Monsaraz da reconquista, Anais, Academia Portuguesa de História, Volume 25, pp. 15-16, Lisboa, MCMLXXIX (1979).]

Nota do Autor:

(1). — Ibn Khaldoun, Historie des Berberes, edição do barão de Slane, Tomo II, p. 198, Paris, 1927.
Até breve.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Castelo de Longroiva.

Castelo de Longroiva.

(…) o castelo de Longroiva é doado, em 1145, por D. Fernão Mendes «de Bragança e Lampaças» [o braganção, como era conhecido] e sua mulher D. Sancha (1) aos Templários (2).
[José Manuel Capêlo, As Sedes Templárias em Portugal, Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Capítulo VII, p. 173, notas 83 e 84.]

Notas do Autor:

(1). — Irmã do rei português.
(2). — Em 1319 é transferido para a Ordem de Cristo.

Até breve.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Duarte Galvão. (II)

Neste sentido, tal como Pina, também Galvão foi um letrado cortesão. Nascido em Évora, no seio de uma linhagem fidalga onde se conta um bispo e, depois, arcebispo eborense, o seu irmão João Galvão, Duarte protagonizou uma idêntica longa carreira administrativa e diplomática nas cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I, antes e após este último rei lhe ter solicitado a redacção da crónica do fundador da monarquia lusa (1). Ora, para um tal letrado, ligado a várias missões políticas relacionadas com as negociações destinadas à obtenção de apoios exteriores ao projecto manuelino de retomar a cruzada contra o Islão, a narrativa dos tempos de D. Afonso I foi naturalmente desenvolvida no quadro da procura de uma legitimação histórica para o poder e o carisma atribuídos à realeza portuguesa, sendo, portanto, evocada a época do primeiro dos seus soberanos como providencial e messiânico prenúncio de um império capaz de levar à final vitória contra os infiéis.
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 19.]

Nota da autora:

(1). — Nascido em 1445, Duarte Galvão foi secretário, conselheiro e notário dos monarcas D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I, tendo protagonizado ao seu serviço várias missões diplomáticas a Barcelona, Flandres e Roma, acabando, aliás, por vir a falecer em 1515, durante uma viagem que o rei venturoso o encarregara de fazer à corte do Preste João. (…) [Ibidem, nota 36.]
Até breve.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Criação e expansão da Ordem.

(…) deram-se muitos factores que propiciaram, inclusive nos primeiros anos da sua criação, um rápido florescimento e expansão do património da Ordem do Templo. Não se deve esquecer que foi criada por nove cavaleiros, e que só os nobres dos diferentes reinos europeus podiam ostentar o título de cavaleiros. Tratava-se de nobres com um grande património. Este património era cedido na sua integridade, ou em grande parte, à Ordem no momento do seu ingresso, na qualidade de dote: Hugo de Payns, por exemplo, cedeu os seus bens de Payns; Godofredo de Saint-Omer aportou a grande casa que possuía em Ypres (Flandres); Payen de Montdidier entregou o seu senhorio de Fontaine, etc. Pessoas de toda a condição imitaram-nos e multiplicaram as mais diversas doações.
[José Carlos Sánchez Montero, Apogeu e Decadência, Prisão e Julgamento da Ordem do Templo, Codex Templi, p. 281.]

Até breve.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Imigrações e emigrações. (V)

O que importa, decerto, é que alguns desses nobres acompanharam Sancho II até Toledo, e depois acorrem ao cerco de Sevilha, como aconteceu, por exemplo, aos Soverosas, chamando muitas vezes parentes próximos — primos, cunhados ou sobrinhos —; outros partem por sua conta e risco, atraídos pelas possibilidades do soldo, do saque e da glória militar. Há-os das mais altas famílias, como os bastardos régios e os infantes que já citámos, ou os Baiões; mas a maioria é de famílias de segunda ordem como os Novais, os Ribeiros, os Nomães, os Curutelos, os Redondos, ou então de linhagens originariamente prestigiadas, mas que tinham decaído da sua prosápia, como os Alvarengas, os Pereiras e os Froiões.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 330.]
Até breve.

domingo, 1 de novembro de 2009

Lutas de fronteira.

Lutas de fronteira.

(…) quanto aos principais sucessos, que foram entrar el-rei [D. Sancho I] com exército por Galiza e ganhar a cidade de Tui e as vilas de Pontevedra e Sampaio de Lombeu e outros lugares, os quais sustentou em sua vida, e depois os reis seus sucessores restituíram por concerto aos reis de Leão. (…) também os leoneses entraram em Portugal e cercaram a vila de Valença, que então se dizia Contrasta e a tomaram, mas que sobrevindo el-rei D. Sancho, com seu exército, os venceu junto ao rio Minho e foram mortos muitos, assim às mãos dos portugueses, como afogados no rio quando se retiravam.
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 67.]
Até breve.