segunda-feira, 18 de maio de 2009

A cidade de Lisboa em 1147. (I)

Lisboa mourisca.
[Pintura de Jaime Martins Barata.]

Tinha a cidade ares lavados e saudáveis; e para remédio de doenças ou estímulos dos sentidos possuía também as suas termas. Os seus terrenos, bem como os campos adjacentes, podiam comparar-se aos melhores e a nenhuns eram inferiores pela abundância do solo fértil quer se atendesse à produtividade das árvores quer às das vinhas: por isso nada nela será inculto ou estéril porque os seus campos eram bons para toda a cultura. Abundava em todas as mercadorias ou fossem de elevado preço ou de uso corrente. Era rica de olivedo e tão farta de figos que os não pôde consumir todos o exército sitiante. Tinha ouro, prata, ferro; mas tinha sobretudo como atractivo supremo para o sensualismo maometano uma grande liberdade de vida e licença de costumes.
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, p. 31.]
Até breve.

2 comentários:

Ralf Wokan disse...

Pois é....
Al-Fama /Al-Hama quer dizer "aguas quentes" mas as aguas correm hoje debaixo das ruas sujas..
http://briefeankonrad.blogspot.com/2008/06/wiisenswertes-ber-die-thermalbder-in.html
ainda bem, que um Português se lembra dessas riquezas dos Lisboetas da cidade endividada...
abraço
Ralf

Pedro Alvites disse...

Ralf,
agradeço-lhe o seu comentário. Apareça sempre que queira.
PA