terça-feira, 6 de outubro de 2009

Imigrações e emigrações. (III)

Um daqueles de que temos notícias mais precoces é o infante D. Fernando, senhor de Serpa, que depois de haver combatido nesta zona da fronteira portuguesa contra os Almóadas, esteve em Roma em 1237 para fazer penitência por violências praticadas sobre certos clérigos e depois se fixou em Castela, onde se deve ter associado aos exércitos então comandados pelo futuro Afonso X. Levava no seu séquito o trovador João Soares Coelho (a).
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, pp. 329-330.]

Nota nossa:

(a). — Este jogral ou trovador João Soares Coelho, cuja data de nascimento e morte se desconhecem, que propalou a Gesta de Egas Moniz, teria sido um seu descendente, por linha de bastardia. Sendo chefe de linhagem, deu origem à família ou ramo dos «Coelho», apesar de, no início do século XIII, os verdadeiros descendentes legítimos de Egas Moniz por linha masculina deviam ser apenas os Lumiares e Alvarengas(1). Foi no seu tempo um trovador deveras reconhecido não só na corte de D. Sancho II, mas, principalmente, na de Afonso III, que acompanhou na campanha e conquista do Algarve.

(1). — José Mattoso, João Soares Coelho e a gesta de Egas Moniz, A descendência de Egas Moniz, p. 307, Portugal Medieval, Novas interpretações, Vol. 8, Círculo de Leitores, Lisboa, 2002.


Até breve.

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