domingo, 22 de fevereiro de 2009

Fontes de arquivo.

Tabelião medieval.

Um outro aspecto muito saliente entre as fontes arquivísticas destas Ordens monástico-militares, em território português, é o da extrema recorrência aos ofícios de tabeliães públicos para a redacção dos actos administrativos correntes dentro dessas instituições. Profissionais da guerra mais do que da escrita, as opções de formação cultural e escolar adentro dos claustros beneficiavam, no processo educativo e vivencial dos milites, mais a assimilação de códigos de conduta militares ou guerreiros e de princípios espirituais proselitistas evidentes, do que o apuro pedagógico no domínio do retórico ou filosófico.
Não estranhará, assim sendo, que o tabelionado tenha desempenhado um papel estrutural na vida administrativa destes institutos e que, nos seus arquivos, se encontrem grandes mananciais de instrumentos escritos provenientes de oficinas notariais.
[Saúl António Gomes, Observações em torno das Chancelarias das Ordens Militares em Portugal, na Idade Média, p. 114, As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria na Construção do Mundo Ocidental — Actas do IV Encontro sobre Ordens Militares.]
Até breve.

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