domingo, 15 de fevereiro de 2009

Hagiógrafos e Corógrafos.

Portfólio de livro antigo.

Parecem ser os cronistas gerais das Ordens religiosas, que enumeram as casas das suas congregações e lhes traçam a história, os primeiros que buscam, de fora, as memórias de cada uma delas. Contemporaneamente, os historiadores da Monarquia Lusitana que, aqui e além, recordam o passado de certas localidades a propósito dos acontecimentos em que elas se notabilizaram. Mais tarde, os hagiógrafos, como Jorge Cardoso, que acumulam dados históricos em torno não só de santos e varões piedosos, mas também das terras onde viveram e morreram. E, desde o princípio do século XVIII, os corógrafos, a começar pelo Pe. Carvalho da Costa que, com uma atenção mais sistemática e uniforme, coleccionam dados históricos e geográficos acerca de todas as localidades do Pais, numa tentativa de enumeração completa. Tudo gente de fora: uma memória atribuída externamente por eruditos, da corte e das academias, uma história que brota da consciência ou da vivência colectiva da gente da terra.
(…) Mas o trabalho dos corógrafos tem alguma repercussão no local, quando se pretende refazer a Chorografia do Pe. Carvalho da Costa, e se solicita para isso a colaboração de todos os párocos.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, A erudição nacional, p. 16, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, Editorial Estampa, Lisboa, 1989.]
Até breve.

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