domingo, 16 de agosto de 2009

Final do diferendo entre Templários e bispo de Lisboa.

Em 1159, acaba com o diferendo existente entre os templários e o bispo de Lisboa, D. Gilberto (1) — até aí mantido, porque nenhuma das partes queria ceder e o rei nunca procurou participar — devido ao interesse e pretensão do prelado pelo eclesiástico de Santarém. (2) Este fora doado por D. Afonso Henriques à Ordem do Templo, após a conquista desta cidade, e, consequentemente, anterior à nomeação do bispo, como se viu. D. fr. Gualdim Pais insatisfeito com esta situação, efectuou, assim e sem mais demoras, uma concordata entre as duas partes, onde o beneplácito régio se verificou. Ficou estabelecido que o rei doaria aos templários toda a região de Ceras [1159], dela ficando senhores, não só no seu aspecto eclesiástico quanto no temporal, bem assim como a igreja de Santiago, em Santarém. O restante eclesiástico ficaria a pertencer ao bispado de Lisboa, como tanto o desejava D. Gilberto, nas sempre pretendidas e provocadas reclamações.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 79.]

Notas do Autor:

(1). — Gilberto (de Hastings), monge de origem inglesa, é nomeado bispo de Lisboa [1148], pelo rei português, depois de ter participado, como cruzado, na conquista desta cidade. Em 1151, foi a Inglaterra pregar a guerra santa contra os muçulmanos da Península, e conseguiu trazer uma esquadra, com o auxílio da qual foi Alcácer [do Sal] investida, sendo repelidos os assaltantes. [Manuel Pinheiro Chagas, História de Portugal, Vol. I, p. 32.]
(2). — Só em Fevereiro de 1166, isto é, vinte anos depois, é assinada, depois de aprovada primeiramente pela Sé Apostólica e contando com o beneplácito de D. Afonso Henriques, a Escritura da Concordata. Pouco tempo depois, morria o bispo Gilberto: a 27 de Abril de 1166. [GEPB, vol. 12, p. 383.]
Até breve.

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