domingo, 14 de fevereiro de 2010

Condado e reino de Portugal. (I)

O governo do território portucalense tinha sido confiado por Afonso VI de Castela a D. Henrique de Borgonha, marido de sua filha ilegítima D. Teresa, em 1095, a título hereditário e em troca de um juramento de vassalagem. Quando da morte do conde D. Henrique, o seu filho Afonso — D. Afonso Henriques (1109-1185) — tinha apenas três anos. A regência, assumida por sua mãe, terminou num conflito com Castela, à qual o condado de Portugal teve de submeter-se. No entanto, em 1128, o infante D. Afonso rebelou-se contra sua mãe e derrotou as tropas castelhanas perto do castelo de Guimarães. Depois de muitos conflitos fronteiriços, a paz foi assinada em 1137, e o infante jurou a Afonso VII, o Imperador, «fidelidade, segurança e ajuda contra os inimigos». A partir de 1140, adoptou o título de rei e, em 1143, reconheceu-se vassalo do papa em troca de um tributo que lhe garantia autonomia. A chancelaria pontifícia, no entanto, só em 1179 concedeu o título de «reis» aos príncipes portugueses. A luta prosseguiu contra os reinos vizinhos, e D. Afonso Henriques chegou mesmo a estar prisioneiro, em 1169, do rei de Leão, a quem teve de pagar um resgate de 35 «cargas» de ouro.
[Adeline Rucquoi, História Medieval da Península Ibérica, p. 176.]

Até breve.

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