quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Espaço de fronteira. (II)

Mas a ocupação dum locus vastae solitudinis, duma terra deserta ou duma silva magna era legítima a um senhor cristão cujos interesses, deste ponto de vista, caminhavam paralelamente às disponibilidades e motivações dos cónegos crúzios. Por isso, a pena do escriba crúzio não se cansa de enaltecer e justificar os seus actos de conquista. Tratava-se de registar, ainda que através de uma forma concisa e biográfica, o currículo de um projecto comum.
Desse projecto fazia parte encontrar saídas para uma população crescente e excedentária que atingia todos os grupos e níveis sociais. Uma dessas soluções foi justamente a ocupação da terra leiriense que, de fronteira, passou a território. Outra será a conquista da “terra dos pagãos” com pontos altos nas tomadas de Santarém e de Lisboa, em 1147
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[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 30.]

Até breve.

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