quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Castelos e outras fortificações.

O facto de a Ordem do Templo se instalar no território português, assim como noutros estados peninsulares, pode induzir à ideia, veiculada sobretudo pelos primeiros estudos de investigadores franceses no Oriente, de que ela terá ocupado apenas castelos dispostos nos espaços mais sensíveis das fronteiras.
Todavia, verificamos que nestas paragens os monges-guerreiros edificaram, para além dessas estruturas arquitectónicas, também fortificações urbanas, granjas fortificadas e pequenos mosteiros. No nosso país, ocuparam antigos redutos defensivos que se encontrariam em bom estado e outros cujo estado de conservação seria reduzido, necessitando, por isso, de profundas remodelações. Neste último caso, poderiam inclusivamente erguer perímetros fortificados completamente novos, utilizando os destroços de amuralhamentos anteriores. A Idade Média veio a conhecer o aparecimento fulgurante de estruturas castelares em
lugares de grande continuidade ocupacional. Certos povoados vinham conhecendo uma ocupação continuada desde a segunda parte do primeiro milénio, enquanto outros sofreram diversas vicissitudes. Alguns antigos castra sobreviveram ao tempo devido às suas localizações naturalmente protegidas, mas outros sofreram, no clima de instabilidade entre cristãos e muçulmanos, uma desertificação populacional que, nalguns casos, extinguiu os próprios povoados. Não apenas os amuralhamentos urbanos foram reaproveitados, pois também certas torres e templos
(1) que estavam aptos para serem transformados em recintos militares conheceram o mesmo destino.
[Nuno Villamariz Oliveira, Oriente e Ocidente na Arquitectura Militar Templária em Portugal — a Ascendência de Bernardo de Claraval, Capítulo IX, p. 236, Codex Templi, Zéfiro, Sintra, 2007.]

(1) — Neste caso, haverá a destacar o exemplo paradigmático do templo romano de Idanha-a-Velha, convertido em torre de menagem. (Nota do Autor vinda em pé de página.)

Até breve.

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