domingo, 10 de agosto de 2008

Hoje resolvi inserir dois textos. Assim eram os Almorávidas.

Hoje resolvi inserir dois textos. Ambos importantes, porque ambos relatam ocorrências que o tempo teve tempo de guardar e o homem de copiar.
Os almorávidas eram, na verdade uma tribo berbere nómada originária da região ocidental do deserto do Sahara, que corresponde actualmente à Mauritânia. Esta tribo, os Lamtuna, pertencente ao grupo dos berberes Sanhāja, controlava pelo menos duas das principais rotas de caravanas que vinham da África Equatorial para a costa norte do actual território de Marrocos e da Argélia. Viviam essencialmente da criação de gado e deste tráfico caravaneiro, quer pela sua participação nele enquanto comerciantes, quer pelo ataque e pilhagem de caravanas. No século IX haviam sido convertidos ao islamismo e passado a considerar então como um dever religioso a luta contra os reinos pagãos negros das regiões da Alta Nigéria e do Alto Senegal. Constituíam assim uma permanente ameaça para estes últimos e uma ocasional fonte de perturbação para os seus mais sedentários vizinhos do norte. Os próprios Lamtūna passavam frequentemente de uma relativa harmonia e estabilidade internas para uma igualmente relativa desunião, dependendo da firmeza deste ou daquele xeque, como era frequente entre os povos nómadas. Em meados do século XI atravessaram pois um período de harmonia, tanto a nível interno como em relação a dois povos Sanhaja vizinhos, os Guddala, a ocidente, e os Massūfa, a nordeste do seu território. [Bernard F. Reilly, Cristãos e Muçulmanos, a luta pela Península Ibérica, pp. 128-129, Teorema, Lisboa, s/d (1996?).]

Por outro lado, uma outra informação muito útil, apesar de curta, e que complementa a anterior, achei de todo o interesse incluí-la.
Os almorávidas tinham o costume de cobrirem a face com um véu, que poderia ter a tonalidade branca, preta ou azul, dependente da cor das vestes que, nesse momento, usavam. [José Mattoso, Notas críticas ao Livro II, Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, nota 16, p. 605, Bertrand Editora, Lisboa, 1989.]

Até breve.

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