domingo, 26 de outubro de 2008

Do infante D. Pedro Sanches. (II)

Apesar das conquistas e vitórias de Fernando III de Castela, pode, talvez, dizer que em nenhuma corte de Espanha dominava tão profundamente o espírito guerreiro como no de Leão. Na idade grave, o rei como que pretendia remir as suas passadas alianças com os sarracenos em ódio dos príncipes cristãos combatendo o islamismo a ferro e fogo, sem tréguas nem descanso, e, se era possível, os conselhos do cardeal sabinense ainda haviam ultimamente excitado mais o seu ardor. (1) Dois cavaleiros estremados por valentia ocupavam junto dele os mais altos cargos do Estado. Eram dois portugueses, de quem já anteriormente temos falado; o infante D. Pedro, seu mordomo-mor, e o bastardo Martim Sanches, fronteiro de Toronho e Límia e alferes-mor das tropas leonesas. (2)
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo II, Livro V, p. 395 e notas 58 e 59, p. 395 — notas críticas de José Mattoso. Verificação do texto por Ayala Monteiro — Livraria Bertrand, Lisboa, 1981.]

Notas do Autor:

(1). — «In senectute positus rex Legionis actus suos domino dedicavit, et arabilus movit guerram», Rodrigo de Toledo, L. 7, c. 25; Risco, Reyes de León, pp. 378 e ss.
(2) — Como tais confirmam ambos o foral de Vilar Maior dado por Afonso IX em 1227 no Sabugal (Gav. 18, Maço 9, n.ºs 7 e 16, no Arquivo Nacional). D. Pedro confirma como mordomo-mor em documentos de 1228 (de que se lembra Flores, España Sagrada, T. 17, p. 103), dos quais de vê ser tal a sua influência que era governandor (tenens) de cinco distritos, Leão, Zamora, Touro, Estremadura e Transerra.

Até breve.

Sem comentários: