quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lisboa em 1147. (2)

Lisboa medieval, na altura da conquista de 1147.
Reconstituição de Carlos Alberto Santos.

(…) o Tejo formava um largo esteiro entre a colina de S. Francisco, a ocidente, e a do Castelo, a nascente: que o espaço ocupado pelo actual «Largo do Município», «Terreiro do Paço», Ruas «do Ouro, Augusta», e «da Prata», era então invadido pelas águas que subiam na enchente até ao Rossio e se difundiam pela Mouraria até o Arco do Marquês do Alegrete.
Era este Arco uma das portas da cerca de D. Fernando e chamava-se primitivamente «de S. Vicente», porque ali atracara a nau que trouxe a Lisboa, o santo corpo do mártir, que ficou sendo o padroeiro da cidade. Isto é prova bem clara de que ali chegavam as águas do rio.
Nesse esteiro desaguava uma ribeira, que descia da actual Avenida da Liberdade e vinha pela Rua Eugénio dos Santos, a lamber o sopé da colina de Sant’Ana: de Arroios vinha uma outra a lançar ali as suas águas, percorrendo o caminho do que é hoje a Rua das Palma
.
[José Augusto de Oliveira, O cerco de Lisboa, em 1147. Narrativa do glorioso feito conforme os documentos coevos, pp. 24-25.]

Até breve.

Sem comentários: