terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A mesa medieval. (V)

Uma mesa senhorial na Idade Média.

Para bem condimentar os alimentos, usavam os Portugueses da Idade Média espécies várias de matérias gordas. O azeite colocava-se, sem contestação, em primeiro lugar, e o seu papel na culinária foi aumentando, à medida que a mancha dos olivais subia para norte. Contudo, o emprego da manteiga era igualmente relevante e parece ter correspondido a uma indústria local bastantes desenvolvida, talvez mais até do que a do queijo. São numerosas as referências a manteiga na documentação que nos resta. Ao lado da manteiga outras gorduras animais de farto consumo eram o toucinho e a banha. Num país como Portugal, em que o gado porcino avultava na pecuária, e em que a carne de porco abundava no açougue, compreende-se o papel da banha de porco no tempero culinário de todas as camadas populacionais. Em certos casos, mas com menos frequência, também a gordura de vaca servia na confecção dos repastos.
Não se esqueça, claro está, o sal, que não apenas funcionava como tempero básico a quase todas as vitualhas, mas também se exigia para a conservação de carnes, peixes e outros alimentos que fosse necessário armazenar ou transportar.
As chamadas viandas de leite estão presentes com frequência na alimentação medieval do português. Por elas se entendiam queijo, nata, manteiga, doces feitos à base de lacticínios, além de, evidentemente, o prórpio leite. Este, aliás, consumia-se em muito fraca quantidade. Na sua maior parte, transformava-se em queijo e em manteiga. Servia também como medicamento. Mas parece ter-se utilizado pouco para matar a sede ou como alimento «de per si».
Os «lacticínios» tomavam-se em regra como acompanhamento ou sobremesa
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[A. H. de Oliveira Marques, A Sociedade Medieval Portuguesa, pp.12-13.]

Até breve.

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