domingo, 24 de janeiro de 2010

Razão deveras importante.

Por outro lado, se Tomar teve a sua importância, enquanto foi sede da Ordem [entre 1160 e 1215] — porém não tanta quanto aquela que a publicidade tenta encontrar e faz parangonas —, jamais a bela e histórica cidade do Nabão readquiriu a importância templária que hoje em dia se lhe dá, porque, na realidade, nunca mais a teve, ficando apenas como simples Comenda e priorado. E há que dizê-lo sem peias nem donas, porque a verdade é a realidade — a única — que se nos mostra bem visível e documentada. A cidade voltou a recuperar nova evidência e notoriedade, precisamente em 1357, quando o Mestre da Ordem de Cristo, D. Nuno Rodrigues [1356-1372], conseguiu que o rei D. Afonso IV [1325-1357] (1) e o papa Alexandre IV [1254-1261] a transferissem de Castro Marim — para onde tinha sido enviada e colocada desde o seu início — de volta à velha urbe onde a antiga Milícia dos Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo deixara bens preciosos: o castelo, a charola e o Panteão, essa simples mas magnífica igreja de Santa Maria dos Olivais, na qual jaziam as sepulturas (2) de vinte e dois Mestres templários erguidas nos seus formidáveis mausoléus, até que o camartelo de um impiedoso e sacrílego Geral jerónimo de má têmpera e desditoso engenho, as fez destruir (3), dando-se, mais tarde, perpétua sepultura nas paredes de capelas laterais, a apenas três deles: D. fr. Gualdim Pais e D. fr. Lourenço Martins, da Ordem do Templo, e D. Gil Martins, 1º Mestre da Ordem de Cristo e ex-Mestre da Ordem de Avis.
[José Manuel Capêlo, As Sedes Templárias em Portugal, Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Capítulo VII, pp. 160-161, notas 18 a 20.]

Notas do Autor:

(1). — Praticamente no final do seu reinado.
(2). — Alguns dos seus principais Lugar-tenentes, Comendadores e Priores, foram igualmente sepultados no lajeado das naves central e laterais.
(3). — Pelos anos de 1530-1540.

Até breve.

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