domingo, 30 de novembro de 2008

Castelo de Ceras=castelo de Tomar.

Muralhas da Alcáçova e Torre de Menagem, do castelo de Tomar.


Assim, nada nos garante efectivamente que o castelo de Cera não seja o próprio castelo de Tomar, até por que não faria muito sentido que D. Afonso Henriques propusesse aos Templários a troca de Santarém, uma das mais importantes cidade da época, por um castelo em ruínas. Em suma, no nosso entender, nada obsta a que esse castelo fosse o de Tomar, o qual já deveria ter, à data da doação, alguma edificação militar e talvez uma razoável presença humana. (1)
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 158, e nota 129.]

Nota do Autor:

(1). — Este é mais um assunto nebuloso para o qual a historiografia e sobretudo a arqueologia ainda não conseguiram apresentar provas convincentes. Já Manuel Osório, em finais do século XIX, considerava que “senhores de Cera, os freires da Ordem do templo de D. Gualdim julgaram azado aquelle logar para estabelecerem alli a capital da sua Ordem; e para defeza d’esta, levantaram nas ruínas do antigo castro de Cera o magestoso castello de Thomar”. A historiografia portuguesa do século XX, baseada sobretudo na obra de Viterbo, tem-se inclinado para a existência de um castelo de Cera, localizado perto da actual aldeia de Ceras, embora sem indicarem o local desses vestígios. Também Mário Jorge Barroca, num artigo recente, sustenta que os cavaleiros optaram pela escolha de Tomar “abandonando definitivamente a ideia de reconstruir o velho e arruinado castelo de Ceras”.
[Cf. Osório, M. “O castelo de Almourol”, Revista de Engenharia Militar, 1896-1897, s. p., e Barroca, M. J., “A Ordem do Templo e a Arquitectura Militar Portuguesa do Século XII”, Portugália, Nova Série, Instituto de Arqueologia, FLUP, Porto, Vols. XVII-XVIII, 1996/1997, p. 191.]

Até breve.

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