domingo, 12 de abril de 2009

A defesa de Coimbra. (II)

Ruínas do castelo de Coimbra.


Era, afinal, o iniciar da deslocação da linha de fronteira para sul, o que, na prática, se saldava por um avanço lento, mas seguro, do domínio cristão, por terras de ninguém, ao encontro do muçulmano.
Na década que se aproxima — 1130-1140 — essa preocupação vai ter maior resposta — é o reforço de Miranda do Corvo (1134 ou 1135), Penela (1137) e, em 1135 ainda provavelmente, uma penetração mais longínqua, com o início do levantamento do castelo de Leiria.
Estava assim constituído como que um cordão de fortalezas — Santa Eulália, Montemor
[-o-Velho], Soure, Germanelo, Penela, Miranda[do Corvo], Lousã — que seriam garante da defesa de Coimbra, bem como possibilitariam a expansão para sul.
Apesar de tudo, a paz duradoura não estava ainda nas terras de Soure. Segundo a
Vita Martini Sauriensis, em 1144 elas são mais uma vez assoladas por mouros de Santarém, a quem os Templários oferecem resistência, não obstando, contudo, ao cativeiro de Martinho.
Só após a conquista de Santarém e Lisboa, haverá condições de paz e estabilidade para azona em questão e a vida poderá aí seguir o seu curso normal
(1).
[Maria Alegria Fernandes Marques, O litígio entre a Sé de Coimbra e a Ordem do Templo pela posse das igrejas de Ega, Redinha e Pombal, p. 353.]

Nota da Autora:

(1). — Isto mesmo se depreende de alguns depoimentos da inquirição de 1184-1185.

Até breve.

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