terça-feira, 28 de abril de 2009

A Regra francesa. (III)

Curzon acreditava que houve pelo menos quatro revisões importantes da Regra, com muitos acréscimos. Nalguns casos, foram feitas modificações em partes anteriores da Regra, mas a estrutura apresentada aqui pode ser aceite como aquela que governou a vida quotidiana da maior parte da história templária.
Duas mudanças, possivelmente incentivadas por Robert de Craon, feitas na Regra Latina na primeira versão da Regra francesa, são de considerável interesse. A primeira diz respeito à estipulação na Regra Latina de um período de experiência de um ano para os cavaleiros recém-alistados; no parágrafo correspondente da Regra francesa, esse requisito desaparece, indicando um afrouxamento da disciplina e dos requisitos para fins de recrutamento no final da década de 30 do século XII (cf. §11). A mudança mais extraordinária, considerando-se o nosso conhecimento de acusações posteriores, é feita no segundo parágrafo: um trecho de frase na versão original (“… ademais, onde cavaleiros não-excomungados estão reunidos, vós deveis ir” (1)) torna-se exactamente o oposto na Regra francesa: “… ordenamos que ides aonde cavaleiros excomungados estão reunidos”. Essa alteração controversa gerou muitas tentativas de explicação, mas pode se considerada simplesmente uma indicação do poder dos Templários e do grau de independência relativamente ao controle eclesiástico que a Ordem já havia alcançado.
[Edward Burman, Templários: Os Cavaleiros de Deus, pp. 48-49.]

Nota do Autor:

(1). — “ubi autem milities non excommunicatos congregare auderint”.

Até breve.

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