quinta-feira, 11 de junho de 2009

A ideia de Cruzada na Península Ibérica (I)

Figuração de Cavaleiros das várias Ordens Militares
existentes na Península Ibérica.

Mas que significa fazer presente e efectiva a ideia de Cruzada? Significa, em primeiro lugar, colaborar com a monarquia nos seus projectos de afirmação territorial e institucional, em boa medida fundamentados na legitimidade trazida pela ideia de Cruzada. Esses projectos foram materializados através de dois objectivos:

1º. — A busca de fronteiras capazes de tornar viável uma consolidada formação política, fenómeno que fundamentalmente se desenrolou entre meados do século XII e meados do XIII no conjunto do âmbito peninsular. O facto tem, logicamente, uma dimensão bélica, mas não só. Em qualquer caso, é certo que se verifica à custa do Islão, e a Cruzada era a formulação de guerra santa mais apropriada para justificá-lo.
2º. — A afirmação, por outra parte, de um poder cada vez mais adequado ao conceito de soberania que desenvolvem ou praticam os reis igualmente a partir daqueles cem anos (1150-1250), e que torna a submissão da Igreja uma peça de insubstituível valor político. Assim, não podemos duvidar que somente a partir da justificação proveniente da dimensão cruzadista do poder, a da defesa da própria Igreja, era possível levar a cabo semelhante projecto
.
[Carlos de Ayala Martínez, Órdenes militares peninsulares y cruzada hispânica, Una aproximacíon historiográfica, p. 81, As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria na Construção do Mundo Ocidental — coord. de Isabel Cristina Ferreira Fernandes —, Edições Colibri/Câmara Municipal de Palmela, Lisboa, 2005.]
(Tradução do castelhano de Pedro Alvites.)

Até breve.

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