quinta-feira, 25 de junho de 2009

O arcebispo Diogo Gelmires, de Santiago de Compostela.

Ao mesmo tempo que Diogo Gelmires buscava assim atrair as simpatias populares, defendendo a Galiza das agressões dos mouros, não se esquecia de promover por todos os outros meios a realização das suas ambiciosas miras. Quais estas fossem transluz do seu panegírico histórico (feito por ordem dele próprio), o qual chegou até nós com o título de Historia Compostellana. Viviam os autores deste livro em tempos demasiado rudes e faltos de arte, e por isso não souberam dar às acções do seu patrono o aspecto de honestidade e rectidão que intentam atribuir-lhes. Gelmires era homem de intolerável vaidade e de não menor cobiça, e para satisfazer estas duas paixões nenhuns meios julgava vedados: a corrupção, a revolução, a guerra, a insolência, a humilhação, os enredos ocultos eram as armas a que sucessivamente recorria, conforme as circunstâncias lhe indicavam a conveniência de usar de umas ou de outras.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 333.]

Até breve.

Sem comentários: