quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Mito (I)

Cavaleiros Templários

Um mito europeu. Eis o que a questão templária convoca. Ordem religiosa e militar, primeira manifestação da internacionalização da guerra e do credo sob chancela de uma Europa cristã, os Templários, em menos de cinto e cinquenta anos, caíram em desgraça. O poder de que dispunham, o medo que causavam, os mistérios que — justificadamente ou não — acabaram por segredar, fizeram desta uma instituição temida e, provavelmente, malquista. O drama do fim de uma instituição que assumia contornos «secretos» (mesmo que o não fosse, foi assim que passou à história) tornou-se também numa lenda, uma das lendas fundadoras da Europa. Falar dos Templários é, também, falar romanticamente de aventura, de cavaleiros andantes, quando por detrás deles se perfila a seriíssima questão da cavalaria tradicional propriamente dita, com os seus códigos de conduta, a sua ética e a sua moral aristocrática e elitista.
A extinção dos Templários é assim, a meu ver, um autêntico fantasma que assombra a cultura ocidental, tal qual um pecado original de que ninguém se consegue redimir. Alimentou uma histórica mística que desde o século XVIII (ou, sobretudo, desde então) não parou de ter sequelas e continuações
.
[Paulo Pereira, Templários e Templarismos, Vol. VIII, p. 10, Enigmas, Lugares Mágicos de Portugal, Círculo de Leitores, Lisboa, 2005.]

Até breve.

Sem comentários: