Ruínas do castelo de Coimbra.
O conde D. Henrique tentou — desde que assumiu o comando do condado de Coimbra, tornada uma verdadeira região de moçárabes (1) — que houvesse um surto de povoamento nesta zona de estabilidade precária devido, essencialmente, à constante ameaça muçulmana. Uma investida devastadora em Junho de 1116 levou os seus habitantes a fugirem e recolherem-se sob a protecção das muralhas de Coimbra, não sem antes terem incendiado e destruído as fortificações do castelo, num acto de desespero, mas ao mesmo tempo de insubmissão, transformando o lugar num antro de feras, nos sete anos seguintes, tempo que demoraria a reconstrução, levando a que Herculano tenha escrito:
Estava desguarnecida ou derribada a linha de castelos que a defendia, e Ali veio sem resistência assentar campo em volta dela (Junho, 1117). D. Teresa achava-se então aí. Tal e tão repentina foi a invasão dos sarracenos que a muito custo a rainha se pôde salvar dentro dos muros da cidade. Os arrabaldes ficaram reduzidos a cinzas e as fortificações foram combatidas durante vinte dias sem interrupção de um só. Defenderam-se, porém, os cercados vigorosamente, e o emir, conhecendo que era inútil o insistir, retirou-se, assolando tudo a tal ponto, que — diz um escritor árabe — subsistiram por largo tempo claros vestígios daquela terrível entrada. De feito, ainda sete anos depois o lugar onde existira Soure achava-se convertido em habitação de feras. Ali passara de novo o Estreito e voltara a Ceuta, satisfeito com a vingança que tomara dos cristãos. (2)
[José Manuel Capêlo, As Sedes Templárias em Portugal, Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Capítulo VII, pp. 167-168, notas 52-53.]
Notas do Autor:
(1). — Com o nome de moçárabes designavam os sarracenos os povos que, sem abandonarem a própria religião, recebiam o jugo muçulmano. Moçárabe deriva de Mocetárabe, que significa feitos ou tornados árabes. [Fortunato de Almeida, História de Portugal, p. 71, nota 4.]
(2). — História de Portugal, Tomo I, Livro I, pp. 340-341.
Até breve.
Estava desguarnecida ou derribada a linha de castelos que a defendia, e Ali veio sem resistência assentar campo em volta dela (Junho, 1117). D. Teresa achava-se então aí. Tal e tão repentina foi a invasão dos sarracenos que a muito custo a rainha se pôde salvar dentro dos muros da cidade. Os arrabaldes ficaram reduzidos a cinzas e as fortificações foram combatidas durante vinte dias sem interrupção de um só. Defenderam-se, porém, os cercados vigorosamente, e o emir, conhecendo que era inútil o insistir, retirou-se, assolando tudo a tal ponto, que — diz um escritor árabe — subsistiram por largo tempo claros vestígios daquela terrível entrada. De feito, ainda sete anos depois o lugar onde existira Soure achava-se convertido em habitação de feras. Ali passara de novo o Estreito e voltara a Ceuta, satisfeito com a vingança que tomara dos cristãos. (2)
[José Manuel Capêlo, As Sedes Templárias em Portugal, Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária de Portugal: de 1215 a 1314, Codex Templi, Capítulo VII, pp. 167-168, notas 52-53.]
Notas do Autor:
(1). — Com o nome de moçárabes designavam os sarracenos os povos que, sem abandonarem a própria religião, recebiam o jugo muçulmano. Moçárabe deriva de Mocetárabe, que significa feitos ou tornados árabes. [Fortunato de Almeida, História de Portugal, p. 71, nota 4.]
(2). — História de Portugal, Tomo I, Livro I, pp. 340-341.
Até breve.