domingo, 31 de maio de 2009

Autores e Obras citados de 1.Maio.2009 a 30.Maio.2009.

Monge escrivão.

(a Autores e a Obras anteriormente referenciados, apenas se lhes citam os nomes e respectivos títulos.)

Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I;
António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, Livraria Civilização, Porto, 1945;
António Brandão fr., Monarquia Lusitana, vol. IV, Lisboa, 1832;
António Cruz, Anais, Crónicas e Memórias Avulsas de Santa Cruz de Coimbra, Porto, 1968;
António José Saraiva, O Crespúsculo da Idade Média em Portugal, Gradiva, Lisboa, 1988;
António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar;
H. Kennedy, Crusader Castles, Cambridge University Press, Cambridge, 1994;
Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, fr., Elucidário, Vol. II (B-Z);
José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147;
José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal;
José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII;
Leontina Ventura, Introdução, D. Afonso III, Círculo de Leitores, Lisboa, 2006;
Manuel Sílvio Alves Conde, Tomar Medieval;
Maria Alegria Fernandes Marques, O litígio entre a Sé de Coimbra e a Ordem do Templo pela posse das igrejas de Ega, Redinha e Pombal;
Maria Alegria Fernandes Marques, A Viabilização de um Reino, O Poder e o Espaço, Portugal em definição de fronteiras, Do condado portucalense à crise do século XIV, coord. de Maria Helena da Cruz Coelho e Armando Luís de Carvalho Homem, Nova História de Portugal, Vol. III, dir. de Joel Serrão e A. H. Oliveira Marques;
Mário Jorge Barroca, A Ordem do Templo e a arquitectura militar portuguesa do século XII;
Mário Jorge Barroca, Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), vol. II, tomo I, Porto, 1995;
Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I;
Saul António Gomes, Introdução à História do castelo de Leiria, Ed. Câmara Municipal de Leiria, 2ª. Edição, Leiria, 2004;
Vieira Guimarães, A Ordem de Cristo.

Outros:

Annales Portucalenses Veteres,
Historia Compostellana, L. 1, c. 79;
PMH, Scriptores.
Até breve.

sábado, 30 de maio de 2009

Meritis vestre devotionis.

A bula Meritis vestre devotionis, passada pelo papa Alexandre IV [1254-1261], dá confirmação e parecer favorável ao pedido da Ordem respeitante ao poder temporal e espiritual, de pleno jure, sobre a igreja de Santiago de Santarém, como, inclusive, o da própria Ordem do Templo lhe nomear reitor [pôr por reitor algum presbítero idóneo, da vossa Ordem, que a servirá.]. Foi emitida de Latrão, a 31 de Março de 1257.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 146.]
Até breve.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A cidade de Lisboa em 1147. (III)

Chegava a hora de Lisboa. Azava-se o momento.
Os despatriados escalabitanos haviam-se acolhido apavorados e pobres aos muros da Rainha do Tejo e, aumentando-lhe a população, infundiam-lhe o terror e diminuíam-lhe os recursos. Um cerco em forma, posto que demorado, levaria a render-se pela fome o povo que se apinhasse dentro do círculo de ferro que o terrível filho do conde Henrique fosse tecer em volta dele.
Não julgo ousada temeridade o supor que esta ideia lhe andasse a borbulhar no cérebro e lhe acendesse no coração a chama duma esperança que se apaga e alimenta. Logo em Abril seguinte, ao fazer a doação do domínio eclesiástico de Santarém aos Cavaleiros do Templo deixa transparecer o pensamento que o dominava e absorvia. Diz ele nesse documento:
Mas se por acaso acontecer que algum dia, por sua piedade, me entregue Deus a cidade que se chama Lisboa… (1)
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, pp. 39-40.]

Nota do Autor:

(1). — Sed si forte evenerit ut in aliquo tempore mihi Deus sua pietate darte illam civitatem, quae dicitur Ulyxbonam… [Vi. Biblos IX, pág. 558.]
Até breve.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Alcaidaria.

Residência do alcaide nos castelos ibéricos, onde a torre de menagem era, de início, apenas um posto de comando sem grandes condições de habitabilidade.
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 32.]

Até breve.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os primeiros Templários.

Cavaleirios Templários.

Os primeiros Templários caracterizavam-se pelo rigor da disciplina, em paz como em guerra, pelo espírito de sacrifício em combate, pela sua absoluta independência do poder civil e eclesiástico, quanto à escolha do Mestre-geral, de quem a Ordem dependia, e pelo sigilo rigoroso das decisões do topo.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 266.]

Até breve.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A ferro e fogo.

Concebe-se facilmente qual seria o estado de um país, em cujo solo se viam ainda os tristes vestígios das correrias dos sarracenos, convertido agora em teatro de longas e deploráveis lutas civis. Nobres e burgueses tinham sido vítimas das dissensões suscitadas ou favorecidas por eles próprios. O desejo da paz devia ter ganhado incremento no meio de tantas devastações e de tanto sangue vertido em vão. As igrejas roubadas; muitos personagens notáveis do clero e da fidalguia mortos a ferro, presos ou fugitivos; os peões perecendo de nudez e de fome ou passados à espada; tal é o quadro que nos apresenta um historiador desse tempo (1), lançando-o à conta do rei de Aragão, mas em que é de crer fossem culpados os diversos partidos. É, todavia, certo que Afonso I, empregando nestas guerras gente colectícia de além dos Pirenéus e dotado de um génio tão violento e feroz como valoroso, devia ter maior quinhão nos males cometidos, posto que muito se haja de rebaixar nas acusações dos seus inimigos.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 311.]

Nota do Autor:

(1). — Historia Compostellana, L. 1, c. 79.
Até breve.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A cidade de Lisboa em 1147. (II)

Era assim Lisboa.
Só era forte duma defesa passiva. Arnufo e Dodequino notaram-no em termos quasi idênticos:
Esta cidade… construída sobre um monte é, pela estrutura admirável das suas muralhas e das suas torres, inexpugnável a forças humana (1).
A sua defesa activa não devia ser grande em relaçãop à quantidade dos habitantes. Observou-o Osberno nas seguintes palavras:
Mas sendo tantos, não tinham armaduras com lança e escudo mais que de quinze mil homens e com estas armas saíam a combater ora uns ora outros, conforme as ordens do seu governador o determinavam.
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, p. 35.]

Nota do Autor:

(1). —
As palavras de Dodequino divergem apenas em empregar supra e insuperabilem em vez de super e insuperabilis.
É evidente que a ideia se não altera com as variantes da expressão
.

Até breve.

domingo, 24 de maio de 2009

Dois Mestres Templários de Portugal: D. fr. Fernão Dias e D. fr. Gomes Ramires.

(…) em 23 de Janeiro de 1206 já a Ordem do Templo era governada por D. Fernando Dias (cf. DS, doc. 162). Este também não permaneceria muito tempo à frente dos destinos dos Templários, pois em Setembro de 1208 já a Ordem conhecia o novo Mestre, D. Gomes Ramires (cf. DS, doc. 239), que viria a falecer em 19 de Julho de 1212 (?), como nos revela o seu epitáfio que se conserva, em muito mau estado, na Igreja de Stª. Maria dos Olivais (1).
[Mário Jorge Barroca, A Ordem do Templo e a arquitectura militar portuguesa do século XII, p. 181.]

Nota do Autor:

(1). — Cf. Mário Jorge Barroca, Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), vol. II, tomo I, Porto, 1995, Insc. Nº. 267, pp. 539-542. Se a leitura da data desta epígrafe está correcta, como julgamos, e se não houve engano do lapicida aquando da criação do letreiro, é impossível que D. Gomes Ramires tenha falecido em consequência de ferimentos recebidos durante o cerco de Úbeda (que decorreu entre 20 e 22 de Julho de 1212), depois de ter participado na Batalha de Navas de Tolosa (18 de Julho de 1212), como se pretende nos Annales Portucalenses Veteres, onde se regista a sua morte no dia de Santiago (25 de Julho) do ano de 1212 (cf. PMH, Scriptores, p. 3; António Cruz, Anais, Crónicas e Memórias Avulsas de Santa Cruz de Coimbra, Porto, 1968, pp. 72-73, e como pretendem diversos autores (cf., por exemplo, fr. António Brandão, Monarquia Lusitana, vol. IV, Lisboa, 1832, p. 72). Ganharia, pelo contrário, algum peso a possibilidade de ter falecido em consequência de ferimentos recebidos durante a própria Batalha de Navas de Tolosa, travada três dias antes da sua morte. D. Gomes Ramires foi, de resto, a pessoa a quem D. Afonso II confiou o comando das forças portuguesas que se deslocaram a Navas de Tolosa
.
Até breve.

sábado, 23 de maio de 2009

Tenentes ou fronteiros.

(…) os ricos-homens antigamente tinham terras de que eram senhores, e outras cujo governo se lhes cometia, ficando o senhorio delas a el-rei; destas era Lisboa, Évora, Santarém e outras cidades, que sabemos andarem sempre na Coroa; contudo, de umas e outras se nomeavam tenentes, ou fronteiros, porque tinham a seu cargo a defensão dela.
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 8, Livraria Civilização, Porto, 1945.]

Até breve.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Castelo Branco, capital templária de Portugal.

Torre do castelo de Castelo Branco. A única existente e remodelada.
(fotografia de Paulo Almeida Fernandes (2006) - IPPAR)

Castelo Branco será, a partir desta altura [1215], a única possessão templária de que os Mestres e os membros mais importantes da Ordem fizeram habitualmente residência, ou paço, quando aqui permaneceram, descansando das correrias travadas dentro ou além fronteiras. Igualmente foi a povoação [acastelada] onde se realizaram o maior número de Capítulos-Gerais do Templo: 6, no seu total, nos anos de 1228; 1253; 1264; 1265; 1266; e 1272. Nem mesmo Tomar alcançaria igual estatuto, porque, entretanto, o perdera. Castelo Branco, devido ao poder estabelecido e à sua posição geográfica, e estratégica, tornara-se desde aí — por direito e sem qualquer outra razão que não fosse esta! —, até à sua extinção, a capital templária da Província de Portugal, Leão e Castela, até 1288. (1)
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 109, nota 338.]
Nota nossa:
(1). — E continuaria a sê-lo até 1314, altura em que D. Dinis é obrigado a extingui-la. Reaparecerá, em 1319, com o nome oficial de Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou tão simplesmente, Ordem de Cristo.

Até breve.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Titulares do Condado Portucalense. (IV)

Rivalizando com a nobreza condal, os infanções portucalenses, cujos principais representantes eram as famílias da Maia, Sousa, Riba Douro, Baião e Bragança, vinham distinguindo-se desde os começos do século XI na guerra da fronteira, obtendo aí os bens e o prestígio necessários à sua progressiva afirmação regional. Com efeito, tanto as incursões dos senhores de Riba Douro e Baião na região da bacia do Paiva como a conquista de Montemor-o-Velho em 1034 por Gonçalo Trastemires da Maia, tinham preparado e tornado possível as posteriores conquistas de Fernando I no Aquém-Douro. Daí que a decadência dos condes portucalenses, como o seu ocaso na derrota de Pedroso, tivesse sido acompanhada pela emergência política dos infanções, para quem a realeza transferira grande parte dos poderes e prerrogativas que até aí atribuíra e reconhecera à nobreza condal.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, p. 127.]
Até breve.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Território de Soure.

Apercebendo-se, contudo, da sua importância estratégica, D. Teresa enceta, passados anos, a sua reconstrução, onde destacamos a já citada doação aos Templários como o elemento primordial da revitalização do território. Efectivamente, se não se pode dizer que o território de Soure se encontrava completamente deserto, certo é também que é aos Templários que se deve a defesa e estabilização da zona e logo a sua prosperidade e a possibilidade de avanço para o sul.
[Maria Alegria Fernandes Marques, O litígio entre a Sé de Coimbra e a Ordem do Templo pela posse das igrejas de Ega, Redinha e Pombal, p. 354.]

Até breve.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Castelos Templários no Outremer. (III)

Também La Fève, na região da Galileia, constitui um recinto fortificado numa importante estrada que levava a Acre pelo vale de Jezreel. Rota igualmente muito utilizada por peregrinos era a que unia Jerusalém a Jericó, onde a Ordem ergueu o castelo de Maldoim, vigiando o vale do Jordão. O recinto vulgarmente conhecido por Le Castellet, datado de 1178, foi outra notável estrutura militar templária que, no entanto, veio logo de seguida a soçobrar, devido a ter sofrido o ataque de uma das primeiras acções bem sucedidas das novas técnicas muçulmanas de sapa e minagem, que destruíram uma das suas torres, o que veio a causar a morte à maior parte da guarnição sitiada e a centena de prisioneiros. (1)
Este clima de permanente tensão há muito havia substituído a emotividade que se tinha sentido após a conquista da Cidade Santa e novas soluções tinham de ser rapidamente encontradas para colmatar os enormes problemas de defesa.
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 130.]

Nota do Autor:

(1). — Cf. Kennedy, H., Crusader Castles, Cambridge University Press, Cambridge, 1994, p. 57.

Até breve.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A cidade de Lisboa em 1147. (I)

Lisboa mourisca.
[Pintura de Jaime Martins Barata.]

Tinha a cidade ares lavados e saudáveis; e para remédio de doenças ou estímulos dos sentidos possuía também as suas termas. Os seus terrenos, bem como os campos adjacentes, podiam comparar-se aos melhores e a nenhuns eram inferiores pela abundância do solo fértil quer se atendesse à produtividade das árvores quer às das vinhas: por isso nada nela será inculto ou estéril porque os seus campos eram bons para toda a cultura. Abundava em todas as mercadorias ou fossem de elevado preço ou de uso corrente. Era rica de olivedo e tão farta de figos que os não pôde consumir todos o exército sitiante. Tinha ouro, prata, ferro; mas tinha sobretudo como atractivo supremo para o sensualismo maometano uma grande liberdade de vida e licença de costumes.
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, p. 31.]
Até breve.

domingo, 17 de maio de 2009

Complexos fortificados no território de Coimbra.

Coimbra passava a dispor de um vasto território de influência marcadamente cristã (os limites atribuídos mais tarde à sua diocese bem o demonstram) que só nos últimos lustros do século XI e inícios da centúria seguinte começaria a ser repartido e delimitado em favor da promoção de novos concelhos, eles próprios núcleos fortificados, símbolo do comando organizativo de campanhas colonizadoras. Assim surgiram os castelos de Arouce (Lousã), Santa Eulália, Miranda do Corvo e de Penela, se promoveu a reocupação de Montemor-o-Velho, sob o comando do presbítero Vermudo, e se restabeleceu uma fortificação em Soure. A par desses castelos, construíram-se complexos menores de apoio defensivo àqueles, como as torres do Alvorge e a de Bera.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, pp. 22-23.]
Até breve.

sábado, 16 de maio de 2009

Crónicas.

Mais parcas ou mais alargadas, escritas no círculo cortesão ou mesmo encomendadas por reis, pelas suas evidências ou pelos seus silêncios, as crónicas ressumam ideologia, veiculam uma ideia do poder da monarquia e do lugar do monarca na hierarquia do reino e são, geralmente, mais o testemunho da época em que foram redigidas do que o daquela a que se reportam.
[Leontina Ventura, Introdução, D. Afonso III, p. 7.]
Até breve.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A Ordem do Templo na Tomar medieval.

A Ordem em Portugal.
(pintura de Carlos Alberto Santos.)


A Ordem do Templo — e depois a Ordem de Cristo, herdeira daquela — além das amplas prerrogativas que detinha, por possuir a jurisdição das suas terras, monopolizava, praticamente, as funções clericais no território do seu senhorio.
Ao mesmo tempo, através de vários organismos e agentes, a Ordem era exército, governadora do território, administradora da justiça, cobradora de direitos, gestora, e corpo de especialistas religiosos
.
[Manuel Sílvio Alves Conde, Tomar Medieval, pp. 162-163.]

Até breve.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Independência portuguesa.

Todavia, é impossível deixar de reconhecer na série dos factos que ilustram a história do estabelecimento da independência portuguesa certo instinto de vida política individual nas populações aquém do Minho, que já anuncia nelas a futura perseverança com que resistiram desde então até hoje a assimilar-se ao resto da Espanha e a incorporar-se nela.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, pp. 343-344.]
Até breve.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Doações à Ordem do Templo.

Doação de 4 casas que foram oferecidas à Ordem por um tal Gomes Martins, na Lapa, num documento feito na Guarda a 3 de Maio de 1254. Uma outra escritura de doação fê-la, neste mesmo ano, uma senhora nobre de nome Sancha Pires, em que dá à Ordem uma das suas herdades que possuía em Casével.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 145.]
Até breve.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cornaría

Antigamente só o gado vacum se empregava no serviço de lavrar as terras; de cada junta ou jugo se pagava um tanto de ceveira ao príncipe ou direito senhorio do terreno; a este foro ou tributo se deu o nome de cornaría, por serem cornígeros os animais, em cuja contemplação ele se impunha (1).
[Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, fr., Elucidário, Vol. II (B-Z), p. 134.]

Nota nossa:

(1). — O autor refere-nos que este texto se inscreve num trecho do Documento da Catedral de Coimbra, inserto no respectivo foral de 1111.
Até breve.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

D. fr. Lopo Fernandes. (II)

Breve foi o seu mestrado.
Na investida que D. Sancho fez aos estados leoneses pelo meado de 1199, morre valorosa e gloriosamente no cerco de Ciudad Rodrigo.
Seu corpo, conduzido e depositado honradamente por D. Sancho na igreja de Santa Maria dos Olivais, foi sepultado numa capela que de propósito ali tinha sido feita e que demoliram, sem respeito pelo ilustre Mestre, para se construir a actual sacristia.
Sobre o rico túmulo, que o rei e a Ordem mandaram levantar, puseram o seu busto e numa das faces o epitáfio, que dizia da sua morte em Leão
.
[Vieira Guimarães, A Ordem de Cristo, p. 46.]
Até breve.

domingo, 10 de maio de 2009

Áreas de fronteira.

A Reconquista cristã ibérica iniciada em meados do século VIII e prosseguida na centúria seguinte, teve na ocupação de Coimbra por D. Afonso III, em 878 (permanecendo em senhorio cristão até finais do século X), e por Fernando Magno entre 1058 e 1064, momentos do maior significado, sobretudo a conquista deste último que logrou repelir os agarenos bastante mais para sul do Mondego. Criara-se desta forma uma área de fronteira que ficava à mercê dos fluxos militares, como dos cristãos, e que constituía naquela fase um palco pouco propício para colonização, qualquer que fosse o grupo humano, dada a instabilidade provocada pelas constantes confrontações entre estes sectores inimigos.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 22, Ed. Câmara Municipal de Leiria, 2ª. Edição, Leiria, 2004.]
Até breve.

sábado, 9 de maio de 2009

Castelos Templários no Outremer. (II)

Embora se compreenda que desde cedo os cavaleiros obtiveram, do Rei e da igreja, importantes benefícios, desconhece-se a data a partir da qual terão começado a erguer fortificações para poderem proteger as rotas de peregrinação à Cidade Santa e aos locais da tradição bíblica(1). Os investigadores da presença europeia na Palestina apontam o final da primeira metade do século XII como a data possível das primeiras fortificações templárias, bem como dos seus assentamentos nas principais cidades, como Jerusalém, Acre, Tiro, Giblet, Tortosa ou Antioquia, entre outras. O castelo conhecido como Le Toron de Chevaliers parece ter sido construído, para apoio dos peregrinos, por volta de 1172, no caminho entre o porto de Jaffa e a capital do reino. Nesta mesma estrada, outro castelo, Castrum Arnaldi, iniciado em 1131 pelo Patriarca de Jerusalém, foi, provavelmente por volta de 1160, entregue aos Templários.
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 130.]

Nota do Autor:

(1). — Este facto levanta, mais uma vez, a questão de saber se os castelos erguidos pelos Templários são ou não ulteriores a outros erguidos na Europa Ocidental, sobretudo na Península. Se os exemplos portugueses e alguns catalães estão documentados a partir do segundo quartel do século XII, os do Oriente parecem pertencer já à segunda metade da centúria. A ausência de informação fidedigna poderá eternizar estas dúvidas, que dificilmente serão esclarecidas.


Até breve.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Titulares do Condado Portucalense.(III)

Estreitamente aparentado com a realeza leonesa, o grupo familiar dos descendentes dos antigos presores do século IX, em quem recaía a chefia do Condado portucalense, não sobreviveu muito tempo à mudança dinástica. Arredados ou subalternizados da guerra da fronteira, viram-se sem meios que lhes permitissem o reconhecimento régio da autonomia que até aí possuíam. Esvaziados dos seus direitos, prerrogativas e funções pelo monarca conquistador de Coimbra, tiveram o seu último acto político nuam rebelião dirigida contra um dos filhos de Fernando I, Garcia, o qual, após a morte do pai, assumira a chefia da Galiza e dos territórios ocidentais a sul do Minho. Na então perdida batalha de Pedroso (1071) perto de Braga, durante a qual foi morto o último dos senhores portucalenses, Nuno Mendes, findavam, definitivamente, os antigos poderes dos condes, de nada lhes valendo a tardia tentativa de buscar apoios entre os chefes moçárabes conimbricenses, como parece apontar o casamento de Loba Nunes Aurovelido, a filha e herdeira do conde Nuno Mendes, com Sisnando Davides, a quem Fernando I confiara, desde a sua conquista, a urbe de Coimbra, detendo poderes que a norte, se estendiam até ao Douro. Com efeito, provavelmente para recompensar a neutralidade manifestada pelo senhor de Coimbra durante a refrega de Pedroso, Afonso VI, o irmão de Garcia, interpretando a acção dos condes portucalenses como uma insurreição dirigida ao conjunto de descendentes de Fernando I, entregou a Sisnando os bens confiscados ao falecido sogro.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, pp. 125-126.]

Até breve.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Alcáçova.

Alcáçova e cerca de muralhas.


Ampla fortaleza ibérica de origem árabe e todo o seu interior que inspirou a construção dos castelos cristãos típicos nos dois países peninsulares. Possuía normalmente dois recintos desnivelados. No recinto inferior [albacar] encontrava-se o bairro militar, residências oficiais e serviços, e ali se recolhia a população com os seus gados, em caso de perigo e, no pátio superior, localizava-se o Alcácer e a mesquita. A alcáçova, sobranceira à povoação, geralmente também murada, tomava o aspecto de uma cidadela dominante. Alguns dos seus elementos fortificados são de tradição bizantina. Também conhecida como Kassba.
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 32.]

Até breve.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A afirmação do reino de Portugal.

Da afirmação da nobreza portucalense, em 1128, à realeza de Afonso Henriques percorreu-se um certo caminho em que se maturaram alguns elementos presentes em 1128, mas também se caldearam outros, de diversa natureza, onde sobressaíra o confronto armado e o labor diplomático. O primeiro representava a garantia de uma consolidação da diferença face a Leão e da afirmação perante os muçulmanos; o segundo era indispensável para se obter o reconhecimento de direito, nos meandros da cúria romana, da situação de independência de facto, alcançada naquela data.
[Maria Alegria Fernandes Marques, A Viabilização de um Reino, p. 25, O Poder e o Espaço, Portugal em definição de fronteiras, Do condado portucalense à crise do século XIV, coord. de Maria Helena da Cruz Coelho e Armando Luís de Carvalho Homem, Nova História de Portugal, Vol. III, dir. de Joel Serrão e A. H. Oliveira Marques.]

Até breve.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Portugal e os Templários.

Cavaleiros templários.
[pintura de Juan Díaz.]

Tem sido descurado em Portugal o papel desempenhado pelos Templários e pelos seus sucessores, os freires de Cristo.
[António José Saraiva, O crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 265, Gradiva, Lisboa, 1988.]
Até breve.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Reunião de Capítulos em Castelo Branco.

[O Mestre D. fr. Martim Nunes] reúne um Capítulo Provincial da Ordem em 1260, e um outro em 1264, ambos em Castelo Branco.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 146.]
Até breve.

domingo, 3 de maio de 2009

Terras do castelo de Soure. (III)

castelo de Soure.

(…) a doação aos Templários, feita por D. Teresa em 19 de Março de 1128 (DMP, DR I, doc. 79), escassos seis anos depois da doação a Fernão Peres de Trava, decisão que seria de novo tomada por D. Afonso Henriques em 14 de Março de [1129-1130] (DMP, DR I, doc. 96), parece sugerir que o nobre galego terá manifestado pouco empenho no restauro do castelo de Soure. Deste modo, julgamos que há boas possibilidades de o primeiro restauro pós-sesnandino do Castelo de Soure ser já obra dos Templários e não de Fernão Peres de Trava. Isto é, de ser algo posterior a Março de 1128. Esta segunda fase de obras ganha particular sentido se tivermos em atenção o facto de Soure ter sido, a partir de então, a «casa-mãe» dos Templários no reino português, merecendo especial atenção dos freires.
[Mário Jorge Barroca, A Ordem do Templo e a arquitectura militar portuguesa do século XII, p. 184.]
Até breve.

sábado, 2 de maio de 2009

Titulares do Condado Portucalense. (II)

Na verdade, desde os começos do século XI que a vanguarda militar cristã peninsular se deslocara para Oriente, tendo em Sancho III de Navarra (1000-1035) o seu campeão. Aproveitando-se das crises internas por que passava o califado de Córdova, cuja decadência, iniciada em 1008 com a morte do filho de Almansor, daria lugar em 1031 a uma fragmentação política, Sancho III não só conquistava uma série de terras que tinham estado sob o domínio islâmico, como empreendia, pela prática de hábeis alianças matrimoniais, um projecto de unificação da Cristandade hispânica, acabando por dominar em Navarra, Aragão e, através do seu filho Fernando I, em Castela. Para além disso, entre 1032-1034, anexava um vasto conjunto de territórios leoneses, incluindo a sede do reino, a urbe régia de Leão, confinando Bermudo III ao exercício de uma autoridade que abrangia pouco mais do que as montanhas das Astúrias, a Galiza e o Entre Douro e Minho.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, p. 125.]
Até breve.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A conquista do Algarve e diferendos com Castela para o conhecimento do reinado de D. Afonso III.

Nos inícios do século XVI, era ainda nebulosa a imagem do reinado de D. Afonso III. Desconhecia-se o ano do nascimento do rei e até 1245, isto é, para o período da sua estada na corte francesa, estávamos reduzidos às breves e confusas notícias veiculadas pela Crónica de 1419. E se o conhecimento da documentação pontifícia permitira enquadrar melhor a deposição de D. Sancho II e algumas das peripécias da guerra civil de 1245-1247, no período de governo do monarca a atenção virara-se quase em exclusivo para a questão algarvia, na dupla vertente da sua conquista — por intermédio da incorporação na crónica régia do relato das façanhas do mestre de Santiago D. Paio Peres — e dos diferendos com Castela a propósito da sua posse.
É sobre esta base que irá operar a historiografia moderna
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[Leontina Ventura, Introdução, D. Afonso III, p. 19, Círculo de Leitores, Lisboa, 2006.]
Até breve.