terça-feira, 30 de junho de 2009
Autores e Obras citados de 1.Junho.2009 a 29.Junho.2009.
(a Autores e a Obras anteriormente referenciados, apenas se lhes citam os nomes e respectivos títulos.)
Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I;
Amorim Rosa, Anais do Município de Tomar, Vol. VIII [1137-1453];
António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II;
António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal;
António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar;
Carlos de Ayala Martínez, Órdenes militares peninsulares y cruzada hispânica, Una aproximacíon historiográfica, As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria na Construção do Mundo Ocidental — coord. de Isabel Cristina Ferreira Fernandes —, Edições Colibri/Câmara Municipal de Palmela, Lisboa, 2005;
Edward Burman, Templários: os Cavaleiros de Deus;
Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, fr., Elucidário, Vol. II (B-Z);
Jonathan Riley-Smith, Templars and the Teutonic Knights in Cilician Armenia, in Boase (org.), The Cilician Kingdom of Armenia, pp. 92-117, Edimbourg & London: Scottish Academic Press, 1978;
José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal;
José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, A Família e o Poder (4ª edição, revista), Editorial Estampa, Lisboa, 1994;
José Mattoso, Le monachisme ibérique, Les monastères du diocèse de Porto de l'an mille à 1200, Louvain, 1968;
José Pires Gonçalves, Alguns aspectos das campanhas de Giraldo Sem Pavor na região do Guadiana, Anais, Academia Portuguesa de História, Volume 26, T. I, Lisboa, 1979;
Leontina Ventura, Introdução, D. Afonso III;
Manuel Sílvio Alves Conde, Tomar Medieval;
Mário Jorge Barroca, A Ordem do Templo e a arquitectura militar portuguesa do século XII;
Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I;
Paulo Pereira, Templários e Templarismos, Vol. VIII, Enigmas, Lugares Mágicos de Portugal, Círculo de Leitores, Lisboa, 2005;
Prudêncio de Sandoval, fr., bispo de Tui, Crónica;
Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria.
Até breve.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Giraldo, o Sem Pavor, e a campanha de Badajoz de 1170 (I).
Tão apertada segurava Giraldo a tenaz do bloqueio e tão duro e implacável foi o dispositivo táctico por ele montado em torno de Badajoz e dos povos do seu alfoz, num perímetro muito amplo, que os mouros, sob as tempestuosas e ameaçadoras nuvens de iminente rendição e entrega da alcáçova e da cidade àquele a quem consideravam, como escreve o grande historiador árabe Ibn Caldune, o seu «inimigo mortal», se decidiram a despachar um correio a Sevilha a pedirem urgente auxílio ao califa almoáda Abu Yacub Yusuf.
[José Pires Gonçalves, Alguns aspectos das campanhas de Giraldo Sem Pavor na região do Guadiana, Anais, Academia Portuguesa de História, Volume 26, T. I, p. 88, Lisboa, MCMLXXIX (1979).]
[José Pires Gonçalves, Alguns aspectos das campanhas de Giraldo Sem Pavor na região do Guadiana, Anais, Academia Portuguesa de História, Volume 26, T. I, p. 88, Lisboa, MCMLXXIX (1979).]
Até breve.
domingo, 28 de junho de 2009
Castelo Branco Templária (I).
[Desenho de Duarte d'Armas.]
Situada numa importante encruzilhada de caminhos que atravessam toda a Beira Baixa, Castelo Branco era, de todas as fortificações erguidas pela Ordem do Templo nesta região, aquela que se destacava pela sua posição dominante (apenas rivalizando com a de Monsanto), capaz de vislumbrar desde as serras da Gardunha e da Estrela até à fronteira tagana e ao Alto Alentejo. Do seu passado ainda pouco se conhece, embora surjam indícios de um assentamento pré-histórico e alguns achados façam remontar a ocupação humana mais intensa aos tempos da presença romana, permanecendo também um grande vazio de informações entre a Antiguidade Tardia e o período muçulmano. (1)
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 277.]
Nota do Autor:
(1). — Em boa parte, tal cenário é devido à carência de competentes intervenções arqueológicas na zona do castelo, as quais apenas recolheram alguns materiais dispersos, que hoje se amontoam, sem aparente critério, nas arrecadações do museu municipal.
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 277.]
Nota do Autor:
(1). — Em boa parte, tal cenário é devido à carência de competentes intervenções arqueológicas na zona do castelo, as quais apenas recolheram alguns materiais dispersos, que hoje se amontoam, sem aparente critério, nas arrecadações do museu municipal.
Até breve.
sábado, 27 de junho de 2009
Lutas da Reconquista Além-Tejo.
Ocupado durante algum tempo com a organização dos novos territórios, de certo modo também impedido pelo tratado de Sahagún (1), só nos finais da década seguinte Afonso Henriques, directamente ou em acções interpostas, mas apoiadas por si, voltou às ofensivas militares contra os muçulmanos, agora já sob domínio dos Almóhadas. Durante duas décadas sucederam-se os combates no Alentejo, que trouxeram aos cristãos as praças de Alcácer [do Sal], Beja, Évora, Cáceres, Trujillo, Montánchez, Moura, Alconchel, Serpa, Juromenha. Foi, pois, intensa a luta no Além-Tejo, centrando-se nas fortalezas à volta de Badajoz, numa perspectiva que levava ao desejo de conquistar esta praça, por então a mais importante do ocidente peninsular, ao mesmo tempo que poderia representar um obstáculo à expansão leonesa para o Sul (2), por um lado, pela dianteira que os Portugueses lhe levavam no terreno, na luta contra os muçulmanos, por outro, porque Castela se ocupava das conquistas a oriente da cintura defensiva de Badajoz.
[Maria Alegria Fernandes Marques, A Viabilização de um Reino, p. 30.]
Notas da Autora:
(1). — Celebrado em 1158, entre os herdeiros de Afonso VII, Fernando II de Leão e Sancho III de Castela.
(2). — Por isso, a aliança, no momento, entre Fernando II de Leão e o califa almóada. Cremos que, na circunstância, este perigo pesou muito mais na determinação de Fernando II que as disposições do tratado de Sahagún, que afectavam ao rei de Leão os territórios do Alentejo e do Algarve.
[Maria Alegria Fernandes Marques, A Viabilização de um Reino, p. 30.]
Notas da Autora:
(1). — Celebrado em 1158, entre os herdeiros de Afonso VII, Fernando II de Leão e Sancho III de Castela.
(2). — Por isso, a aliança, no momento, entre Fernando II de Leão e o califa almóada. Cremos que, na circunstância, este perigo pesou muito mais na determinação de Fernando II que as disposições do tratado de Sahagún, que afectavam ao rei de Leão os territórios do Alentejo e do Algarve.
Até breve.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Cartas de doação passada pelo Mestre, D. fr. Gonçalo Martins.
Cartas de doação passada pelo Mestre [estas Cartas com minha mão escrevi e meu sinal pusi em testemunho. (1)] e pela Ordem a D. Diogo Lopes e sua mulher D. Urraca Afonso, de herdades em Marmeleiro, Rochoso, Avelanas, Ericeira, Tiares, Antas de Penedono e Gastação. [Datada de Castelo Branco, a 24 de Março de 1266, feita por Rodrigo Anes, tabelião público. (2)]
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 149.]
Notas do Autor:
(1). — Amorim Rosa, Anais do Município de Tomar, Vol. VIII [1137-1453], p. 123.
(2). — Idem, p. 123.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 149.]
Notas do Autor:
(1). — Amorim Rosa, Anais do Município de Tomar, Vol. VIII [1137-1453], p. 123.
(2). — Idem, p. 123.
Até breve.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
O arcebispo Diogo Gelmires, de Santiago de Compostela.
Ao mesmo tempo que Diogo Gelmires buscava assim atrair as simpatias populares, defendendo a Galiza das agressões dos mouros, não se esquecia de promover por todos os outros meios a realização das suas ambiciosas miras. Quais estas fossem transluz do seu panegírico histórico (feito por ordem dele próprio), o qual chegou até nós com o título de Historia Compostellana. Viviam os autores deste livro em tempos demasiado rudes e faltos de arte, e por isso não souberam dar às acções do seu patrono o aspecto de honestidade e rectidão que intentam atribuir-lhes. Gelmires era homem de intolerável vaidade e de não menor cobiça, e para satisfazer estas duas paixões nenhuns meios julgava vedados: a corrupção, a revolução, a guerra, a insolência, a humilhação, os enredos ocultos eram as armas a que sucessivamente recorria, conforme as circunstâncias lhe indicavam a conveniência de usar de umas ou de outras.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 333.]
Até breve.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 333.]
Até breve.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
O Mito (I)
Cavaleiros Templários
Até breve.
Um mito europeu. Eis o que a questão templária convoca. Ordem religiosa e militar, primeira manifestação da internacionalização da guerra e do credo sob chancela de uma Europa cristã, os Templários, em menos de cinto e cinquenta anos, caíram em desgraça. O poder de que dispunham, o medo que causavam, os mistérios que — justificadamente ou não — acabaram por segredar, fizeram desta uma instituição temida e, provavelmente, malquista. O drama do fim de uma instituição que assumia contornos «secretos» (mesmo que o não fosse, foi assim que passou à história) tornou-se também numa lenda, uma das lendas fundadoras da Europa. Falar dos Templários é, também, falar romanticamente de aventura, de cavaleiros andantes, quando por detrás deles se perfila a seriíssima questão da cavalaria tradicional propriamente dita, com os seus códigos de conduta, a sua ética e a sua moral aristocrática e elitista.
A extinção dos Templários é assim, a meu ver, um autêntico fantasma que assombra a cultura ocidental, tal qual um pecado original de que ninguém se consegue redimir. Alimentou uma histórica mística que desde o século XVIII (ou, sobretudo, desde então) não parou de ter sequelas e continuações.
[Paulo Pereira, Templários e Templarismos, Vol. VIII, p. 10, Enigmas, Lugares Mágicos de Portugal, Círculo de Leitores, Lisboa, 2005.]
A extinção dos Templários é assim, a meu ver, um autêntico fantasma que assombra a cultura ocidental, tal qual um pecado original de que ninguém se consegue redimir. Alimentou uma histórica mística que desde o século XVIII (ou, sobretudo, desde então) não parou de ter sequelas e continuações.
[Paulo Pereira, Templários e Templarismos, Vol. VIII, p. 10, Enigmas, Lugares Mágicos de Portugal, Círculo de Leitores, Lisboa, 2005.]
Até breve.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Escaramuças de fronteira.
Ultimamente refere (1) como o conde Fernando Joannes ou Fernam de Annes, continuando-se a guerra de Galiza, entrou por vezes em Portugal e teve alguns recontros com el-rei (2), em um dos quais um soldado do conde deu a el-rei uma lançada, da qual esteve em cama muitos dias (…)
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 247.]
Notas nossas:
(1). — D. fr. Prudêncio de Sandoval, bispo de Tui, na sua Crónica.
(2). — D. Afonso Henriques.
Até breve.
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 247.]
Notas nossas:
(1). — D. fr. Prudêncio de Sandoval, bispo de Tui, na sua Crónica.
(2). — D. Afonso Henriques.
Até breve.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Albacar.
Também denominado Pátio de Armas ou Pátio Baixo. Amplo pátio de uma alcáçova, localizado no seu nível inferior, precedendo o pátio principal, onde se dispunham as cavalariças, residências militares oficiais e serviços. Nele se refugiavam as populações, quando ameaçadas pelo inimigo, que traziam consigo os gados [o termo tem mesmo ligação com a palavra “vaca” e era ali que os militares se adestravam no manejo das armas]. Por vezes, designa-se por Albacar a porta de ligação deste pátio ao pátio principal. Como os castelos cristãos não eram, em geral, muito amplos, houve necessidade de, em certos casos, construir externamente uma cerca autónoma, que servia de albacar de refúgio como parece ter sucedido em Castelo Rodrigo [cf. desenhos de Duarte d’Armas] e em Montemor-o-Velho [ainda existente].
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 30.]
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 30.]
Até breve.
domingo, 21 de junho de 2009
Mosteiros e privilégios. (II)
Com efeito, o repovoamento dos territórios de Trás-os-Montes, Beira e Estremadura levava a emigrações que não podiam provir senão de Entre Douro e Minho; o aumento nesta mesma região obrigava a reorganizações dominiais (como a divisão de casais, distribuição de terras incultas, maior controle da área silvo-pastoril do domínio) para as quais o poder do banum oferecia um suplemento de autoridade; a melhoria de rendimento obtido pelo aperfeiçoamento das técnicas de produção convidava a aumentar a reserva ou a sua área cultivada, o que não se podia fazer sem um suplemento de mão-de-obra (como sugerem os desbravamentos de Pendorada, em 1108, Pedroso depois de 1167, e Paço de Sousa em 1167), tanto mais que, segundo parece, em Portugal, havia pouco o hábito de exigir corveias de origem propriamente nominal. (1)
[José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, A Família e o Poder, pp. 275-276.]
Nota do Autor:
(1). — Aos argumentos que indiquei em Le monachisme ibérique, p. 262, nota 39 (Louvain, 1968) acerca da raridade de corvejas de origem nominal (não servil), acrescentar ainda os seguintes: exiguidade da reserva em todos os domínios monásticos em que ela se pode calcular aproximadamente; desaparecimento ou acasamento das creationes domésticas do século X (portanto, falta de necessidade de mão-de-obra na reserva).
[José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, A Família e o Poder, pp. 275-276.]
Nota do Autor:
(1). — Aos argumentos que indiquei em Le monachisme ibérique, p. 262, nota 39 (Louvain, 1968) acerca da raridade de corvejas de origem nominal (não servil), acrescentar ainda os seguintes: exiguidade da reserva em todos os domínios monásticos em que ela se pode calcular aproximadamente; desaparecimento ou acasamento das creationes domésticas do século X (portanto, falta de necessidade de mão-de-obra na reserva).
Até breve.
sábado, 20 de junho de 2009
Ataques almorávidas a Leiria e castelos limítrofes, entre 1116 e 1144. (I)
Foi neste contexto que se processou, anos mais tarde, a fundação de Leiria no Inverno de 1135. Momento que coincidiu com as presúrias de Fernão Peres Cativo na região de Ladeia, entre 1134 e 1135, e o fossado comandado também por este cavaleiro na mesma região cerca de 1136-1137. Por seu turno, D. Afonso Henriques concederia forais a Miranda do Corvo em 1136, e a Penela em 1137, fazendo também edificar novos castelos em Germanelo (Rabaçal), em 1142, e em Alvorge (1141-1169). A consolidação do senhorio cristão nestes locais permitiu, entretanto, a afirmação da comunidade leiriense que, mau grado os pesados reveses entretanto sofridos, receberia carta de foral em 1142.
Estes avanços cristãos sofreram fortes retaliações por parte dos Muçulmanos. Neste caso estão os ataques efectuados contra Soure e Miranda do Corvo em 1116, e sobretudo contra leira em 1137, 1140 e, uma vez mais, em 1144.
Leira sofreu um importante ataque almorávida e sarraceno em 1137, após uma pesada derrota dos Cristãos sofrida próximo de Tomar. O seu castelo, entretanto edificado, não deve, contudo, ter sido tomado, como defende Luís Gonzaga de Azevedo.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 23.]
Estes avanços cristãos sofreram fortes retaliações por parte dos Muçulmanos. Neste caso estão os ataques efectuados contra Soure e Miranda do Corvo em 1116, e sobretudo contra leira em 1137, 1140 e, uma vez mais, em 1144.
Leira sofreu um importante ataque almorávida e sarraceno em 1137, após uma pesada derrota dos Cristãos sofrida próximo de Tomar. O seu castelo, entretanto edificado, não deve, contudo, ter sido tomado, como defende Luís Gonzaga de Azevedo.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 23.]
Até breve.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Cavaleiros e clérigos na Tomar medieval.
Figuração de cavaleiro e freires templários.
Do ponto de vista eclesiástico, Tomar possuía uma estrutura menos comum, até pelo facto de gozar de isenção episcopal, dependendo directamente da Sé Apostólica.
O serviço religioso na vila e termo competia ao vigário de Tomar, acolitado pelos seus capelães. Estes eram, em meados de Quatrocentos, em número de quinze, distribuídos pela igreja matriz de Santa Maria do Olival (um capelão principal e seis coadjuvantes), pelas duas capelanias da vila (geralmente chamadas paróquias ou freguesias, posto que, em rigor, o não fossem) — Santa Maria do Castelo e S. João Baptista — e ainda pelas seis do termo.
Um freire clérigo exercia as funções de vigário de Tomar, usufruindo das rendas e direitos do espiritual da vila. Com tais rendimentos, provia ao seu sustento e ao dos capelães, clérigos e tesoureiros, imprescindíveis à prática cultual da igreja matriz e nas capelas da vila e termo.
O comendador de Tomar reservava para si parte das rendas do temporal de Tomar. Era o alcaide do castelo e mantinha consigo um cavaleiro-freire. Cinco outros comendadores, com dotações mais modestas que o da vila, existiam no termo de Tomar: na Beselga, Prado, Paúl (Cem Soldos), Lousã e Pias. Este último assegurava também a manutenção de um cavaleiro.
[Manuel Sílvio Alves Conde, Tomar Medieval, pp. 164-166.]
Do ponto de vista eclesiástico, Tomar possuía uma estrutura menos comum, até pelo facto de gozar de isenção episcopal, dependendo directamente da Sé Apostólica.
O serviço religioso na vila e termo competia ao vigário de Tomar, acolitado pelos seus capelães. Estes eram, em meados de Quatrocentos, em número de quinze, distribuídos pela igreja matriz de Santa Maria do Olival (um capelão principal e seis coadjuvantes), pelas duas capelanias da vila (geralmente chamadas paróquias ou freguesias, posto que, em rigor, o não fossem) — Santa Maria do Castelo e S. João Baptista — e ainda pelas seis do termo.
Um freire clérigo exercia as funções de vigário de Tomar, usufruindo das rendas e direitos do espiritual da vila. Com tais rendimentos, provia ao seu sustento e ao dos capelães, clérigos e tesoureiros, imprescindíveis à prática cultual da igreja matriz e nas capelas da vila e termo.
O comendador de Tomar reservava para si parte das rendas do temporal de Tomar. Era o alcaide do castelo e mantinha consigo um cavaleiro-freire. Cinco outros comendadores, com dotações mais modestas que o da vila, existiam no termo de Tomar: na Beselga, Prado, Paúl (Cem Soldos), Lousã e Pias. Este último assegurava também a manutenção de um cavaleiro.
[Manuel Sílvio Alves Conde, Tomar Medieval, pp. 164-166.]
Até breve.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Confirmação de privilégio.
A 7 de Janeiro de 1265, D. fr. Martim Nunes recebe uma carta de confirmação de Privilégio, que lhe tinha sido dado pelo rei de Portugal, e em que corroborava o rei castelhano Afonso X.
Como já não havia mouros a guerrear em Portugal, D. fr. Martim Nunes com os seus Templários, pediu licença a El-Rei D. Afonso III e passou com eles a Castela onde combateu os mouros, que haviam reconquistado Jerez [de los Caballeros], Arcos, Bejar, Medina Sidónia (...)
Esta campanha durou de 1260 a 1265, ano em que morreu, já regressado a Portugal. (1)
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 147.]
Nota do Autor:
(1). — Amorim Rosa, Anais do Município de Tomar, Vol. VIII [1137-1453], p. 122.
Como já não havia mouros a guerrear em Portugal, D. fr. Martim Nunes com os seus Templários, pediu licença a El-Rei D. Afonso III e passou com eles a Castela onde combateu os mouros, que haviam reconquistado Jerez [de los Caballeros], Arcos, Bejar, Medina Sidónia (...)
Esta campanha durou de 1260 a 1265, ano em que morreu, já regressado a Portugal. (1)
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 147.]
Nota do Autor:
(1). — Amorim Rosa, Anais do Município de Tomar, Vol. VIII [1137-1453], p. 122.
Até breve.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Os Templários na Península Ibérica depois da sua extinção como Ordem.
Quando a Ordem foi extinta, em 1314, por ordem do rei de França, que o papa sancionou e validou por todos os reinos da Europa, os reis da Península Ibérica não se conformaram facilmente, porque os Templários constituíam uma força importante na luta contra os Mouros, não pelo número, mas pela qualidade.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 266.]
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 266.]
Até breve.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Afonso Henriques vassalo da Santa Sé.
D. Afonso Henriques.
Com efeito, ainda que anteriormente a documentação do infante manifestasse sinais de alguma individualização do território português e do seu chefe, só em 1140 se assumiu aí, claramente, o uso do título de rei (1). Parece, pois, haver um processo deliberado que lentamente se percorria para se afirmar na forma de documento público na relação com o esforço militar. Isto é, tudo parecia concorrer para um reforço da autoridade do chefe dos Portugueses pelo uso das armas, pela vitória sobre os muçulmanos. A vitória militar dava a Afonso Henriques a possibilidade de usar um título igual ao dos outros chefes políticos peninsulares; o esforço vitorioso na guerra contra o infiel sancionava a sua autoridade, reforçando-a. E nela o chefe atingia a plenitude do seu poder, tornando-se, de facto, independente de Leão. E esta situação em breve iria conhecer uma outra gradação, quando, em Dezembro de 1143, Afonso Henriques, em carta ao papa, declarou que se tornara vassalo da Santa Sé nas mãos do cardeal Vico, legado pontifício na Península, e se obrigara a pagar um censo anual de quatro onças de ouro, sob a condição de o papa defender a sua honra e dignidade, de seus sucessores e da sua «terra».
[Maria Alegria Fernandes Marques, A Viabilização de um Reino, p. 28.]
Nota da Autora:
(1). — Muito embora existam alguns indícios de que esse uso era anterior em documentos particulares.
Com efeito, ainda que anteriormente a documentação do infante manifestasse sinais de alguma individualização do território português e do seu chefe, só em 1140 se assumiu aí, claramente, o uso do título de rei (1). Parece, pois, haver um processo deliberado que lentamente se percorria para se afirmar na forma de documento público na relação com o esforço militar. Isto é, tudo parecia concorrer para um reforço da autoridade do chefe dos Portugueses pelo uso das armas, pela vitória sobre os muçulmanos. A vitória militar dava a Afonso Henriques a possibilidade de usar um título igual ao dos outros chefes políticos peninsulares; o esforço vitorioso na guerra contra o infiel sancionava a sua autoridade, reforçando-a. E nela o chefe atingia a plenitude do seu poder, tornando-se, de facto, independente de Leão. E esta situação em breve iria conhecer uma outra gradação, quando, em Dezembro de 1143, Afonso Henriques, em carta ao papa, declarou que se tornara vassalo da Santa Sé nas mãos do cardeal Vico, legado pontifício na Península, e se obrigara a pagar um censo anual de quatro onças de ouro, sob a condição de o papa defender a sua honra e dignidade, de seus sucessores e da sua «terra».
[Maria Alegria Fernandes Marques, A Viabilização de um Reino, p. 28.]
Nota da Autora:
(1). — Muito embora existam alguns indícios de que esse uso era anterior em documentos particulares.
Até breve.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Forças de fronteira.
Ao que tudo indica, as primeiras acções militares de que os Templários participaram foram no norte da Terra Santa — distantes da sua suposta tarefa de guardar a estrada dos peregrinos de Jaffa a Jerusalém. Riley-Smith sustentou que a Ordem pode ter adquirido a posse da importante região fronteiriça de Amanus, no principado de Antioquia, já em 1131; o mais tardar, os Templários controlavam Amanus em 1137, antes de qualquer actividade militar na Terra Santa seja registada (1). Essa região consistia num maciço ao norte de Antioquia que constituía uma barreira natural entre a cidade e a província da Cilícia, ou a Ásia Menor, ao norte. Ela foi criada a fim de controlar as duas estradas que levavam através dos portões sírios até à cidade de Antioquia. O rei Fulk (2) de Jerusalém, sucessor de Balduíno II (3), viajou para Antioquia em 1131 e pode ter dado a região aos Templários nesse ano.
[Edward Burman, Templários: os Cavaleiros de Deus, pp. 61-62.]
Notas do Autor:
(1). — Riley-Smith, Templars and Teutonic Knights, pp. 93-95.
Notas nossas:
(2). — Fulco d’Anjou [1131-1143].
(3). — Balduíno II [1118-1131].
[Edward Burman, Templários: os Cavaleiros de Deus, pp. 61-62.]
Notas do Autor:
(1). — Riley-Smith, Templars and Teutonic Knights, pp. 93-95.
Notas nossas:
(2). — Fulco d’Anjou [1131-1143].
(3). — Balduíno II [1118-1131].
Até breve.
domingo, 14 de junho de 2009
D. Martinho, arcebispo de Braga.
Dos prelados que confirmam na doação de Alcobaça [1191] e nas outras deste tempo, sabemos que, no ano de 1188 foi promovido do bispado do Porto à primasia de Braga, D. Martinho, que sucedera no Porto a D. Fernando, no ano de 1185, e agora entrava em Braga por morte do arcebispo D. Godinho. Tinha sido D. Martinho deão de Braga, e a exemplo desta igreja instituíu de novo no Porto quatro dignidades a saber: o Deado, Chantrado, Mestre-escolado e Tesourado, e fez para este fim unir as rendas de dez arcediagados, que então andavam distintos.
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 36.]
Até breve.
[António Brandão, fr., Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 36.]
Até breve.
sábado, 13 de junho de 2009
Correger por paus.
Castigo que se aplicava para que se pagasse e satisfizesse o crime cometido à força de pauladas, ou golpes de pau, em que é multado o criminoso, que tivesse injuriado ou ofendido homem ou mulher honesta.
Esta era a fusta, que assim disseram à fuste, por ser uma pena, que se pagava com bordoadas ou varancadas, isto é, golpes de pau inflexíveis ou de varas, que se vergavam ou cingiam às carnes. E a estes golpes chamavam tagantes; porque, mais de uma vez, talhavam e retalhavam o corpo; a esta pena corresponde hoje a dos açoutes.
[Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, fr., Elucidário, Vol. II (B-Z), pp. 137-138.]
Até breve.
Esta era a fusta, que assim disseram à fuste, por ser uma pena, que se pagava com bordoadas ou varancadas, isto é, golpes de pau inflexíveis ou de varas, que se vergavam ou cingiam às carnes. E a estes golpes chamavam tagantes; porque, mais de uma vez, talhavam e retalhavam o corpo; a esta pena corresponde hoje a dos açoutes.
[Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, fr., Elucidário, Vol. II (B-Z), pp. 137-138.]
Até breve.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Cortes em Coimbra, em 1261.
Reúnem-se Cortes em Coimbra [1261] (1). Servem para anunciar o resultado das Inquirições-Gerais efectuadas no reino e tratar da intenção régia de desvalorizar a moeda. Tal foi substituída pelo lançamento de um imposto sobre o rendimento. Dele ficavam livres os bispos, Mestres das Ordens Militares, cavaleiros e cónegos.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 146.]
Nota do Autor:
(1). — Eram nove as dioceses existentes, nessa altura, em Portugal: o arcebispado de Braga (D. Martinho Giraldes) e os bispados de Lisboa (D. Mateus), Porto (D. Vicente Mendes), Coimbra (D. Egas), Guarda (D. Rodrigo), Lamego (D. Pedro), Viseu (D. Mateus), Évora (D. Martinho) e Silves (D. Garcia). Este último, como prelado de origem espanhola — imposto pelo rei castelhano (D. Afonso X) ao rei português (D. Afonso III), já que na altura Silves pertencia ao reino de Castela — conservava-se, ou procurava conservar-se, política e diplomaticamente estranho ao que se passava em Portugal.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 146.]
Nota do Autor:
(1). — Eram nove as dioceses existentes, nessa altura, em Portugal: o arcebispado de Braga (D. Martinho Giraldes) e os bispados de Lisboa (D. Mateus), Porto (D. Vicente Mendes), Coimbra (D. Egas), Guarda (D. Rodrigo), Lamego (D. Pedro), Viseu (D. Mateus), Évora (D. Martinho) e Silves (D. Garcia). Este último, como prelado de origem espanhola — imposto pelo rei castelhano (D. Afonso X) ao rei português (D. Afonso III), já que na altura Silves pertencia ao reino de Castela — conservava-se, ou procurava conservar-se, política e diplomaticamente estranho ao que se passava em Portugal.
Até breve.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
A ideia de Cruzada na Península Ibérica (I)
existentes na Península Ibérica.
Mas que significa fazer presente e efectiva a ideia de Cruzada? Significa, em primeiro lugar, colaborar com a monarquia nos seus projectos de afirmação territorial e institucional, em boa medida fundamentados na legitimidade trazida pela ideia de Cruzada. Esses projectos foram materializados através de dois objectivos:
1º. — A busca de fronteiras capazes de tornar viável uma consolidada formação política, fenómeno que fundamentalmente se desenrolou entre meados do século XII e meados do XIII no conjunto do âmbito peninsular. O facto tem, logicamente, uma dimensão bélica, mas não só. Em qualquer caso, é certo que se verifica à custa do Islão, e a Cruzada era a formulação de guerra santa mais apropriada para justificá-lo.
2º. — A afirmação, por outra parte, de um poder cada vez mais adequado ao conceito de soberania que desenvolvem ou praticam os reis igualmente a partir daqueles cem anos (1150-1250), e que torna a submissão da Igreja uma peça de insubstituível valor político. Assim, não podemos duvidar que somente a partir da justificação proveniente da dimensão cruzadista do poder, a da defesa da própria Igreja, era possível levar a cabo semelhante projecto.
[Carlos de Ayala Martínez, Órdenes militares peninsulares y cruzada hispânica, Una aproximacíon historiográfica, p. 81, As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria na Construção do Mundo Ocidental — coord. de Isabel Cristina Ferreira Fernandes —, Edições Colibri/Câmara Municipal de Palmela, Lisboa, 2005.]
(Tradução do castelhano de Pedro Alvites.)
Mas que significa fazer presente e efectiva a ideia de Cruzada? Significa, em primeiro lugar, colaborar com a monarquia nos seus projectos de afirmação territorial e institucional, em boa medida fundamentados na legitimidade trazida pela ideia de Cruzada. Esses projectos foram materializados através de dois objectivos:
1º. — A busca de fronteiras capazes de tornar viável uma consolidada formação política, fenómeno que fundamentalmente se desenrolou entre meados do século XII e meados do XIII no conjunto do âmbito peninsular. O facto tem, logicamente, uma dimensão bélica, mas não só. Em qualquer caso, é certo que se verifica à custa do Islão, e a Cruzada era a formulação de guerra santa mais apropriada para justificá-lo.
2º. — A afirmação, por outra parte, de um poder cada vez mais adequado ao conceito de soberania que desenvolvem ou praticam os reis igualmente a partir daqueles cem anos (1150-1250), e que torna a submissão da Igreja uma peça de insubstituível valor político. Assim, não podemos duvidar que somente a partir da justificação proveniente da dimensão cruzadista do poder, a da defesa da própria Igreja, era possível levar a cabo semelhante projecto.
[Carlos de Ayala Martínez, Órdenes militares peninsulares y cruzada hispânica, Una aproximacíon historiográfica, p. 81, As Ordens Militares e as Ordens de Cavalaria na Construção do Mundo Ocidental — coord. de Isabel Cristina Ferreira Fernandes —, Edições Colibri/Câmara Municipal de Palmela, Lisboa, 2005.]
(Tradução do castelhano de Pedro Alvites.)
Até breve.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Castelos Templários no Outremer. (IV)
Representação de castelo Templário, do Outremer.
Qualquer destes exemplos do século XII no Reino de Jerusalém é esclarecedor da preferência manifestada pela hierarquia da ordem em se estabelecer nas principais estradas utilizadas pelos peregrinos — ao invés de constituírem centros administrativos de territórios — acentuando a vocação protectora que São Bernardo tanto sublimava nestes guerreiros. Mas era evidente a necessidade de os seus cavaleiros assegurarem a provisão das cidades costeiras (1), essenciais para manter um contacto com o Ocidente e para poder controlar as trocas comerciais — realizadas sobretudo através dos navios das cidades italianas — que constituíam uma importante fonte de rendimento. Isso foi especialmente evidente após o fracasso de Hattin. A Terceira Cruzada, apesar de ter permitido a recuperação de alguns portos fundamentais, como Acre, Haifa, Cesareia e Jaffa, não logrou reconquistar Jerusalém.
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 130.]
Nota do Autor:
(1). — Estas urbes eram, na prática, verdadeiros enclaves coloniais, com quarteirões bem delimitados, onde os mercadores, sobretudo de proveniência itálica, obtinham grandes privilégios, dentre os quais a isenção de impostos alfandegários.
Até breve.
Qualquer destes exemplos do século XII no Reino de Jerusalém é esclarecedor da preferência manifestada pela hierarquia da ordem em se estabelecer nas principais estradas utilizadas pelos peregrinos — ao invés de constituírem centros administrativos de territórios — acentuando a vocação protectora que São Bernardo tanto sublimava nestes guerreiros. Mas era evidente a necessidade de os seus cavaleiros assegurarem a provisão das cidades costeiras (1), essenciais para manter um contacto com o Ocidente e para poder controlar as trocas comerciais — realizadas sobretudo através dos navios das cidades italianas — que constituíam uma importante fonte de rendimento. Isso foi especialmente evidente após o fracasso de Hattin. A Terceira Cruzada, apesar de ter permitido a recuperação de alguns portos fundamentais, como Acre, Haifa, Cesareia e Jaffa, não logrou reconquistar Jerusalém.
[Nuno Villamariz Oliveira, Castelos da Ordem do Templo em Portugal, 1120-1314, Vol. I, p. 130.]
Nota do Autor:
(1). — Estas urbes eram, na prática, verdadeiros enclaves coloniais, com quarteirões bem delimitados, onde os mercadores, sobretudo de proveniência itálica, obtinham grandes privilégios, dentre os quais a isenção de impostos alfandegários.
Até breve.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Ambições da nobreza medieval.
Os barões ou nobres principais conhecidos vulgarmente pelos nomes de condes e de ricos-homens, inimigos muitas vezes uns dos outros, tomavam cada qual sua bandeira e satisfaziam ódios particulares a pretexto de seguirem esta ou aquela parcialidade. Os cálculos dos ambiciosos, as mudanças de opinião, as vinganças de família, as modificações dos partidos, davam frequentemente àquelas discórdias um carácter pessoal.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 327.]
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 327.]
Até breve.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Livros de Linhagens.
A valorização da primogenitura impôs, enfim, a constituição de uma história da família que deu origem, na segunda metade do século XIII e na primeira metade do século seguinte, ao aparecimento de amplas compilações de carácter genealógico, os chamados livros de linhagens.
[Leontina Ventura, Introdução, D. Afonso III, p. 11.]
Até breve.
domingo, 7 de junho de 2009
Conquista e reconquista do castelo de Torres Novas.
[Foto: Dias dos Reis.]
Praticamente no começo do seu mestrado(a) dá-se uma invasão almohada [princípio de 1200], vinda pelo sul do território português. Culmina com a conquista do castelo de Torres Novas. O contra-ataque cristão faz-se e a reconquista da praça-forte consuma-se a 25 de Agosto de 1200. Sancho I teve nos cavaleiros templários, o principal braço armado desta reconquista.
Julga-se ter sido esta a primeira acção armada em que se achou como Mestre do Templo, fornecendo o exército de El-Rei com um grande corpo de gente dos Templários, familiares e vassalos.(1)
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 101.]
Nota de Autor:
(1). — Amorim Rosa, ob. cit., p. 65.
Nota nossa:
(a). — Do Mestre D. fr. Fernão Dias [1199-1206].
Até breve.
sábado, 6 de junho de 2009
Forais de Viseu e Bragança.
Em o ano seguinte de 1187, se deram os forais às cidades de Viseu e Bragança. O foral desta cidade se deu no mês de Abril, estando el-rei [D. Sancho I] em Guimarães. O de Viseu se deu estando já em Santarém no mês de Junho, e faz menção que lhe dava o mesmo foro que el-rei D. Afonso, seu pai, lhe havia concedido. Desta escritura consta que a cidade de Viseu foi fundada em outro lugar diferente, e pouco distante do que hoje ocupa, por que se nomeia a cidade velha de que ainda havia algumas casas.
[Fr. António Brandão, Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 11.]
[Fr. António Brandão, Crónica de D. Sancho I e D. Afonso II, p. 11.]
Até breve.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Templários como Instituição.
Cavaleiros Templários.
Os Templários são ainda hoje (e sobretudo hoje) uma instituição difícil de entender. Representavam uma aplicação no campo militar do princípio ascético e da disciplina monástica cisterciense (cuja eficácia conhecemos em Portugal na valorização produtiva da terra) e ocupavam na Guerra Santa os pontos extremos e arriscados.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, pp. 265-266.]
Até breve.
Os Templários são ainda hoje (e sobretudo hoje) uma instituição difícil de entender. Representavam uma aplicação no campo militar do princípio ascético e da disciplina monástica cisterciense (cuja eficácia conhecemos em Portugal na valorização produtiva da terra) e ocupavam na Guerra Santa os pontos extremos e arriscados.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, pp. 265-266.]
Até breve.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Mosteiros e privilégios. (I)
Por seu lado, os mosteiros (e outros senhores eclesiásticos), parece terem, durante o mesmo período, motivos especiais para desejarem obter os privilégios jurisdicionais. É claro que a possibilidade de cobrar impostos e de administrar a justiça num território, mesmo pequeno, já era, só por si, suficiente para despertar os interesses de qualquer comunidade. Mas, por vezes, a compensação exigida pelo rei era tal que o mosteiro ficava endividado, como aconteceu com Vairão em 1141-1143. É possível, portanto, que as vantagens dos mosteiros fossem particularmente importantes para compensar os preços pagos.
[José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, A Família e o Poder, p. 275, (4ª edição revista), Editorial Estampa, Lisboa, 1994.]
Até breve.
[José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, A Família e o Poder, p. 275, (4ª edição revista), Editorial Estampa, Lisboa, 1994.]
Até breve.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Adarve.
Adarve do castelo de Castelo Branco.
Também designado por Caminho de Ronda. Caminho no alto da muralha de um castelo ou de uma paliçada, protegido do exterior por parapeito e ameias, onde os defensores transitavam na sua missão de vigilância e defesa. Em climas frios podia ser coberto. A tomada do adarve era um dos objectivos das forças sitiantes.
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 27.]
Também designado por Caminho de Ronda. Caminho no alto da muralha de um castelo ou de uma paliçada, protegido do exterior por parapeito e ameias, onde os defensores transitavam na sua missão de vigilância e defesa. Em climas frios podia ser coberto. A tomada do adarve era um dos objectivos das forças sitiantes.
[António Lopes Pires Nunes, Dicionário de Arquitectura Militar, p. 27.]
Até breve.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Edificação de cenóbios.
Antigo cenóbio de Meda (Guarda).
Curiosamente, entre as modalidades de ocupação desse espaço encontra-se a edificação de pequenos cenóbios ou eremitérios, como o erguido em Soure pouco antes de 1043, cujo destino foi inevitavelmente perecer às mãos dos ataques almorávidas. Apesar de ter recebido foral em 1111, Soure seria destruída num ataque de 1116. Anos mais tarde, em 1122, o castelo foi doado ao conde Fernão Peres de Trava, que deve ter iniciado o processo da sua reedificação com o apoio do bispo de Coimbra, D. Gonçalo Pais. Em 1128, D. Afonso Henriques doou-o aos templários (1).
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 23, nota 13.]
Nota do Autor:
(1). — Por tudo isto veja-se Leontina Ventura, Soure na sua História: Algumas Reflexões, sep. De Locus, nº 1, 1986, pp. 39-49; Mário Barroca, op. cit. [Do Castelo da Reconquista…], p. 104.
[Saul António Gomes, Introdução à História do Castelo de Leiria, p. 23, nota 13.]
Nota do Autor:
(1). — Por tudo isto veja-se Leontina Ventura, Soure na sua História: Algumas Reflexões, sep. De Locus, nº 1, 1986, pp. 39-49; Mário Barroca, op. cit. [Do Castelo da Reconquista…], p. 104.
Até breve.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Revelação e avaliação dos factos.
Há muitos vezes na história ao lado dos factos públicos outros sucedidos nas trevas, os quais frequentemente são a causa verdadeira daqueles e que os explicariam se fossem revelados. Mas ordinariamente, não passando de enredos obscuros, a notícia de tais factos morre com os que neles intervieram, e o mais que ao historiador cabe, quando crê descortiná-los, é apontar as suas suspeitas e deixar aos que o lêem avaliar o fundado ou infundado delas.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 321.]
Até breve.
[Alexandre Herculano, História de Portugal, Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III, Tomo I, Livro I, p. 321.]
Até breve.
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