O caso de cavaleiros modestos que vão servir as mesnadas de vários senhores castelhanos é mais frequente. É aí que muitas vezes encontram a morte. Assim aconteceu com Estevão Soares de Barbudo, morto em 1286 na lide de Alfaiates contra Sancho IV de Castela, ao serviço de João Nunes de Lara; com Fernão Fernandes Cogominho, que combatia nas tropas do mesmo senhor e que morreu em Chinchila, em 1290, em combate contra Estevão Rodrigues de Castro; com Gonçalo Anes de Lima, que perdeu a vida numa batalha contra os Mouros junto a Granada, em 1280; com Gonçalo Gonçalves Mourão e seus irmãos Lourenço e João, que pereceram também em combate contra os Mouros, mas em Tarifa, em 1292; com Gonçalo Martins de Nomães, que foi alferes do infante Henrique de Castela e o acompanhou à Lombardia, de onde não voltou depois da batalha de Benevento em 1266 ou da de Tagliacozzo em 1268; com Lopo Lopes Gato, que se ficou em Jerez de los Caballeros por altura da revolta mourisca de 1265; com Vasco Martins Pimentel que, em Córdova, foi vítima dos combates entre Afonso X e o infante D. Sancho. Mas nem todos deixavam os seus corpos nos campos de batalha, apesar de também prestarem serviços como cavaleiros, pois regressaram a Portugal, onde, por vezes, conseguiram algum sucesso, como aconteceu com João Simão de Urrô, que foi meirinho-mor de D. Dinis, depois de na sua juventude ter vivido em Castela ao serviço da família Lara; outros, enfim, chegaram a alcançar posições de grande prestígio, mas nem por isso abandonaram a vida militar, como Gonçalo Anes de Aguiar, o Velho, que tinha estado nas campanhas de Múrcia e Sevilha, e que acabou por morrer às mãos dos Mouros em Granada em 1280.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 332.]
Até breve.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 332.]
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