quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Arnado.

Conta a história que num local arenoso, entre o Terreiro da Erva e a Azinhaga dos Lázaros, a noroeste de Coimbra, conhecido por Arnado, reuniu D. Afonso Henriques um pequeno conselho de homens da sua máxima confiança, entre os quais se destacavam D. Pero Pais, seu alferes, D. Lourenço Viegas, D. Gonçalo de Sousa e D. fr. Pedro Arnaldo, frei do Templo, a fim de se discutir, como era seu intento e propósito, sobre a tomada de Santarém, exigindo-lhes por sua vez, e sob pena de morte, o máximo dos segredos. No entanto, de regresso a Coimbra e ao passar, acompanhado dos seus, pela rua da Figueira Velha, ouviu da boca de uma idosa, a falar com outras, que o rei com aqueles seus companheiros vinham de resolver a maneira como furtassem Santarém aos mouros. Imensa foi a incredulidade que se fez nos rostos de D. Afonso I e daqueles seus homens de confiança, já que nenhum deles se havia apartado um só momento de junto do monarca português. O que é certo é que, depois de conquistada a cidade da lezíria, o rei, lembrando-se do episódio acontecido em Coimbra, mandou construir, em Arnado, uma pequena capela comemorando o episódio acontecido no local onde se tinha dado a reunião secreta. O tempo, esse minucioso mestre do trabalho subtil, ajudou a que desaparecesse, tragada que foi pelas areias do rio Mondego que a marginava.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 68, nota 163.]
Até breve.

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