segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Bispo Negro.

Bispo-guerreiro.


Muitos monges foram tirados dos mosteiros, para encherem o lugar de bispos; e como não depunham o hábito monacal, que era preto, o clero se compunha à imitação do seu prelado. Deste tempo ficou, na sé de Coimbra, a mal tramada fábula do Bispo negro. Este foi D. Bernardo, francês de nação, monge de S. bento e arcediago de Braga, feito por S. Giraldo, de quem escreveu elegantemente a vida. O príncipe D. Afonso Henriques (a despeito de sua mãe, a rainha D. Teresa, e de todo o clero e povo de Coimbra, que postulavam para bispo daquela sé o arcediago da mesma D. Tello) o nomeou bispo de Coimbra, no de 1128. E como este monge nunca depôs o hábitos dos negros, como então chamavam aos que professavam a religião de S. bento, e os cónegos da sé de Coimbra vestiam de branco, em razão das grandes sobrepelizes, que então usavam, os mal afectos diziam que tinham, naquela sé, um Bispo Negro, para não dizerem com maior indecência e atrevimento, um Negro Bispo.
[fr. Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, Elucidário, Vol. II (B-Z), p. 110.]
Até breve.

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