Neste sentido, tal como Pina, também Galvão foi um letrado cortesão. Nascido em Évora, no seio de uma linhagem fidalga onde se conta um bispo e, depois, arcebispo eborense, o seu irmão João Galvão, Duarte protagonizou uma idêntica longa carreira administrativa e diplomática nas cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I, antes e após este último rei lhe ter solicitado a redacção da crónica do fundador da monarquia lusa (1). Ora, para um tal letrado, ligado a várias missões políticas relacionadas com as negociações destinadas à obtenção de apoios exteriores ao projecto manuelino de retomar a cruzada contra o Islão, a narrativa dos tempos de D. Afonso I foi naturalmente desenvolvida no quadro da procura de uma legitimação histórica para o poder e o carisma atribuídos à realeza portuguesa, sendo, portanto, evocada a época do primeiro dos seus soberanos como providencial e messiânico prenúncio de um império capaz de levar à final vitória contra os infiéis.
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 19.]
Nota da autora:
(1). — Nascido em 1445, Duarte Galvão foi secretário, conselheiro e notário dos monarcas D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I, tendo protagonizado ao seu serviço várias missões diplomáticas a Barcelona, Flandres e Roma, acabando, aliás, por vir a falecer em 1515, durante uma viagem que o rei venturoso o encarregara de fazer à corte do Preste João. (…) [Ibidem, nota 36.]
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 19.]
Nota da autora:
(1). — Nascido em 1445, Duarte Galvão foi secretário, conselheiro e notário dos monarcas D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I, tendo protagonizado ao seu serviço várias missões diplomáticas a Barcelona, Flandres e Roma, acabando, aliás, por vir a falecer em 1515, durante uma viagem que o rei venturoso o encarregara de fazer à corte do Preste João. (…) [Ibidem, nota 36.]
Até breve.
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