Muralha do castelo de Silves.
(…) quando Rui de Pina, na Crónica de Afonso III, recorda a segunda “reconquista” de Silves pelas hostes do Mestre da Ordem Militar de Santiago, também acaba por a atribuir não tanto a uma derrota militar da urbe, mas antes, conforme já antes referimos, a uma artimanha que levou os cristãos a nela conseguirem penetrar sem ter de se medir com a preparada resistência dos muros urbanos e dos seus experimentados defensores. Com efeito, a entrada cristã na cidade e a sua posterior conquista ficou a dever-se ao facto dos santiaguistas terem armado uma cilada ao rei de Silves. Sabendo que ele saíra da urbe com uma pequena escolta para defender a Torre de Estombar, uma das atalaias da cidade que os cristãos tinham acabado de ocupar de surpresa, os cavaleiros da Ordem rapidamente se dirigiram para as muralhas de Silves e distribuíram os seus homens de forma a barrar o acesso exterior a todas as suas portas, disfarçando, no entanto, a guarda montada a uma delas, a de Azoia. Assim, quando o soberano muçulmano, dando-se conta de que Silves fora cercada, procurou regressar à cidade para nela preparar a defesa, achou embarguo e resistência em todas as portas(1), a não ser aparentemente, na que lhe estava armadilhada. Ao aproximar-se, o rei confrontou-se então com os santiaguistas que escondidamente a barravam, seguindo-se a luta que fora planeada para levar os guardas urbanos a abrir a porta para sair em socorro do soberano. Desse modo, obtido o pretendido, os freires aproveitaram a confusão e assim entraram e iniciaram a tomada da urbe, cuja posse, aliás, viriam então a agregar às suas anteriores conquistas de Tavira, Salir, Alvor e Paderne.
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 115.]
Nota da Autora:
(1). — Rui de Pina, Crónica de Afonso III, Cap. IX, p. 185.
(…) quando Rui de Pina, na Crónica de Afonso III, recorda a segunda “reconquista” de Silves pelas hostes do Mestre da Ordem Militar de Santiago, também acaba por a atribuir não tanto a uma derrota militar da urbe, mas antes, conforme já antes referimos, a uma artimanha que levou os cristãos a nela conseguirem penetrar sem ter de se medir com a preparada resistência dos muros urbanos e dos seus experimentados defensores. Com efeito, a entrada cristã na cidade e a sua posterior conquista ficou a dever-se ao facto dos santiaguistas terem armado uma cilada ao rei de Silves. Sabendo que ele saíra da urbe com uma pequena escolta para defender a Torre de Estombar, uma das atalaias da cidade que os cristãos tinham acabado de ocupar de surpresa, os cavaleiros da Ordem rapidamente se dirigiram para as muralhas de Silves e distribuíram os seus homens de forma a barrar o acesso exterior a todas as suas portas, disfarçando, no entanto, a guarda montada a uma delas, a de Azoia. Assim, quando o soberano muçulmano, dando-se conta de que Silves fora cercada, procurou regressar à cidade para nela preparar a defesa, achou embarguo e resistência em todas as portas(1), a não ser aparentemente, na que lhe estava armadilhada. Ao aproximar-se, o rei confrontou-se então com os santiaguistas que escondidamente a barravam, seguindo-se a luta que fora planeada para levar os guardas urbanos a abrir a porta para sair em socorro do soberano. Desse modo, obtido o pretendido, os freires aproveitaram a confusão e assim entraram e iniciaram a tomada da urbe, cuja posse, aliás, viriam então a agregar às suas anteriores conquistas de Tavira, Salir, Alvor e Paderne.
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 115.]
Nota da Autora:
(1). — Rui de Pina, Crónica de Afonso III, Cap. IX, p. 185.
Até breve.
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