Em relação à importância de Tomar como capital templária de Portugal, deveremos reconhecer que ela foi visível aquando da sua formação, começada a 1 de Março de 1160 e acabada no exacto momento em que a sede passou para o recém construído castelo de Castelo Branco, pelo ano de 1214 ou 1215, altura em que a cabeça da Ordem do Templo em Portugal trocou aquela urbe por esta.
Resulta que Tomar passou a identificar-se como um simples priorado, uma normal bailía e uma relativamente importante Comenda, já que era nela que se continuariam a fazer sepultar — na Igreja de Santa Maria dos Olivais, o panteão Templário de Portugal —, os seus Mestres, para onde eram transportados, tivessem morrido onde tivessem. Culto sagrado que os Templários não prescindiam de fazer. Isto verificou-se até ao seu penúltimo Mestre, D. fr. Lourenço Martins [1291-1293], dado que o último, D. fr. Vasco Fernandes [1293-1314], à altura da sua morte [1323], era Comendador de Montalvão, da recém-formada Ordem de Cristo — natural continuadora e sucessora da Ordem do Templo, que D. Dinis formara em Portugal para absorver a maioria dos bens pertencentes àquela Milícia, aliás, maioritariamente constituída por antigos monges-guerreiros Templários — fora sepultado “sob a nave principal e junto ao altar-mor da igreja de Montalvão”, como se julga saber, e nos refere José Manuel Capêlo [Portugal templário, Relação e sucessão dos seus mestres [1124-1314], A presença Templária em Portugal, p. 169, Zéfiro, Sintra].
A importância de Tomar voltou a ser evidente e tomar a projecção, que o tempo e o modo proporcionaram que tomasse, apenas, aquando do regresso da hierarquia da Ordem de Cristo, vinda de Castro Marim, em 1357, onde tinha a sua sede desde 1319, durante o mestrado de D. fr. Nuno Rodrigues [1356-1372].
Portanto, há que fazer uma revisão geral sobre a matéria e colocar devidamente nos seus lugares os homens, os factos e os registos como eles devem ter de ser colocados, aliás com o rigor e a sem cerimónia que a História exige que se faça.
É evidente que Tomar, dada a beleza de que sempre se rodeou e a preservação que tem tido e sabido manter ao longo de todos estes séculos, não só do seu castelo mas da grande maioria dos seus próprios elementos, como urbe, merecerá uma atenção bem maior do que a que Castelo Branco tem evidenciado. Evidentemente nesta, muito por culpa da sistemática destruição causada pela mão humana, dos que mandam e dos que talham, não só no castelo mas, principalmente, na memória dos Templários que a souberam erguer e fazer preservar durante os cem anos de vigência da Ordem no seu seio, e, igualmente, mantida capital Templária dos 3 reinos, Leão-Castela-Portugal, até 1288, ano da morte do Mestre D. fr. João Fernandes [1283-1228], altura em que se dissolveu, dado os elementos Templários de Castela(-Leão) resolverem, à revelia, tornar-se “independentes” do comando que sempre fora tido por portugueses, excepto no Mestrado de D. fr. Guilherme Fulcon, que tudo indica parece ser oriundo de França ou da Catalunha, ou, quiçá, mesmo de Portugal [Cf. José Manuel Capêlo, ob. cit., p. 155]. A destruição contínua do seu espaço e, como dissemos, principalmente da sua memória, que se continua a verificar até mesmo nos dias de hoje, sem respeito nenhum pela ancestralidade e pelo lugar, pouco deverá constituir de imagem e tempo a que foi, durante cem anos, a capital e a cidade templária mais importante de Portugal.
Por isso, duma coisa devemos ter conhecimento e noção: é que não foi Tomar a cidade templária por excelência, em Portugal, como nos tem sido dito ou pretendido fazer entender, mas sim Castelo Branco. Há que ter plena consciência e franco conhecimento, relação e evidente parecer.
Tem que se atentar mais na realidade da História do que na nomenclatura do mito, para que a verdade histórica seja aquela que deva ser conhecida e não uma outra qualquer que nos querem impingir e fazer que perdure.
Tudo o resto, é um pouco como… cantigas, que a leveza do vento breve traz e a pouca memória dos homens consente.
Pedro Alvites
Resulta que Tomar passou a identificar-se como um simples priorado, uma normal bailía e uma relativamente importante Comenda, já que era nela que se continuariam a fazer sepultar — na Igreja de Santa Maria dos Olivais, o panteão Templário de Portugal —, os seus Mestres, para onde eram transportados, tivessem morrido onde tivessem. Culto sagrado que os Templários não prescindiam de fazer. Isto verificou-se até ao seu penúltimo Mestre, D. fr. Lourenço Martins [1291-1293], dado que o último, D. fr. Vasco Fernandes [1293-1314], à altura da sua morte [1323], era Comendador de Montalvão, da recém-formada Ordem de Cristo — natural continuadora e sucessora da Ordem do Templo, que D. Dinis formara em Portugal para absorver a maioria dos bens pertencentes àquela Milícia, aliás, maioritariamente constituída por antigos monges-guerreiros Templários — fora sepultado “sob a nave principal e junto ao altar-mor da igreja de Montalvão”, como se julga saber, e nos refere José Manuel Capêlo [Portugal templário, Relação e sucessão dos seus mestres [1124-1314], A presença Templária em Portugal, p. 169, Zéfiro, Sintra].
A importância de Tomar voltou a ser evidente e tomar a projecção, que o tempo e o modo proporcionaram que tomasse, apenas, aquando do regresso da hierarquia da Ordem de Cristo, vinda de Castro Marim, em 1357, onde tinha a sua sede desde 1319, durante o mestrado de D. fr. Nuno Rodrigues [1356-1372].
Portanto, há que fazer uma revisão geral sobre a matéria e colocar devidamente nos seus lugares os homens, os factos e os registos como eles devem ter de ser colocados, aliás com o rigor e a sem cerimónia que a História exige que se faça.
É evidente que Tomar, dada a beleza de que sempre se rodeou e a preservação que tem tido e sabido manter ao longo de todos estes séculos, não só do seu castelo mas da grande maioria dos seus próprios elementos, como urbe, merecerá uma atenção bem maior do que a que Castelo Branco tem evidenciado. Evidentemente nesta, muito por culpa da sistemática destruição causada pela mão humana, dos que mandam e dos que talham, não só no castelo mas, principalmente, na memória dos Templários que a souberam erguer e fazer preservar durante os cem anos de vigência da Ordem no seu seio, e, igualmente, mantida capital Templária dos 3 reinos, Leão-Castela-Portugal, até 1288, ano da morte do Mestre D. fr. João Fernandes [1283-1228], altura em que se dissolveu, dado os elementos Templários de Castela(-Leão) resolverem, à revelia, tornar-se “independentes” do comando que sempre fora tido por portugueses, excepto no Mestrado de D. fr. Guilherme Fulcon, que tudo indica parece ser oriundo de França ou da Catalunha, ou, quiçá, mesmo de Portugal [Cf. José Manuel Capêlo, ob. cit., p. 155]. A destruição contínua do seu espaço e, como dissemos, principalmente da sua memória, que se continua a verificar até mesmo nos dias de hoje, sem respeito nenhum pela ancestralidade e pelo lugar, pouco deverá constituir de imagem e tempo a que foi, durante cem anos, a capital e a cidade templária mais importante de Portugal.
Por isso, duma coisa devemos ter conhecimento e noção: é que não foi Tomar a cidade templária por excelência, em Portugal, como nos tem sido dito ou pretendido fazer entender, mas sim Castelo Branco. Há que ter plena consciência e franco conhecimento, relação e evidente parecer.
Tem que se atentar mais na realidade da História do que na nomenclatura do mito, para que a verdade histórica seja aquela que deva ser conhecida e não uma outra qualquer que nos querem impingir e fazer que perdure.
Tudo o resto, é um pouco como… cantigas, que a leveza do vento breve traz e a pouca memória dos homens consente.
Pedro Alvites
Até breve.
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