terça-feira, 21 de julho de 2009

Giraldo, o Sem Pavor, e a campanha de Badajoz de 1170 (III).

O que os cronistas coevos do recontro não denunciam e os modernos medievalistas também não propuseram ainda, mas todos, por unanimidade, se apostam em silenciar, foi o local do itinerário percorrido pela expedição de socorro saída do famoso castelo de Triana, na margem direita do Guadalquivir, com rumo a Badajoz, onde o grupo operacional da cavalaria de Giraldo interceptou a caravana almoáda e onde, estrategicamente, se encontrava montada a emboscada que a destroçou, matou e capturou os mouros que nela participavam, acabando por apreender toda a carga que transportavam.
O cronista Ibn Sáhide, por exemplo, refugia-se comodamente, no vago e fluído laconismo de informar que o assalto de Giraldo sem pavor ocorreu «perto de Badajoz» e que «o combate durou grande parte do dia».
Esta estranha omissão da localização topográfica do teatro da emboscada de Giraldo por parte dos cronistas coevos do acontecimento — aliás um recontro que, pelo volume dos efectivos humanos e de cavalaria nele empenhados, de tamanha envergadura que, segundo o insuspeito do próprio cronista árabe Ibn Idarí, envolveu o poderoso corpo de tropas do «exército de Sevilha», parece consentir a formulação da hipótese de trabalho que tentaremos construir
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[José Pires Gonçalves, Alguns aspectos das campanhas de Giraldo Sem Pavor na região do Guadiana, Anais, Academia Portuguesa de História, Volume 26, T. I, p. 89.]

Até breve.

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