A primeira manifestação historiográfica reveladora de um sentimento de identidade e solidariedade entre a gente que vivia no território correspondente ao futuro reino de Portugal encontra-se nos anais que o Pe. Pierre David identificou como Annales Portucalenses Veteres (1). Entre os vários apontamentos dispersos provenientes de Santa Cruz de Coimbra, quase todos em latim, dos séculos XII a XIV, foi possível distinguir dois núcleos de notícias, um referente à região portugalense («do Minho ao Tejo»), desde a tomada de Coimbra por Almançor (987) até 1111, e outro relativo ao reinado de D. Afonso Henriques, de 1116 a 1168.
Estes antigos anais portugueses, que registam sobretudo efemérides da guerra contra os Mouros, devem-se às mãos de vários escribas, o mais antigo dos quais conhecera ainda sobreviventes da época de Almançor, sendo o mais moderno um entusiasta de D. Afonso Henriques. O conjunto era precedido de uma breve história dos Godos, desde que partiram da sua terra até que foram expulsos pelos sarracenos da Espanha, e de uma lista dos reis das Astúrias até Afonso II.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 151.]
Nota do Autor:
(1). — In Études sur le Portugal et la galice du VIe. au XIIe. siècle, 1946, que seguimos no nosso estudo.
Estes antigos anais portugueses, que registam sobretudo efemérides da guerra contra os Mouros, devem-se às mãos de vários escribas, o mais antigo dos quais conhecera ainda sobreviventes da época de Almançor, sendo o mais moderno um entusiasta de D. Afonso Henriques. O conjunto era precedido de uma breve história dos Godos, desde que partiram da sua terra até que foram expulsos pelos sarracenos da Espanha, e de uma lista dos reis das Astúrias até Afonso II.
[António José Saraiva, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal, p. 151.]
Nota do Autor:
(1). — In Études sur le Portugal et la galice du VIe. au XIIe. siècle, 1946, que seguimos no nosso estudo.
Até breve.
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