quarta-feira, 30 de julho de 2008

Bula Omne Datum Optimum, de 29 de Março de 1139.

Achei interessante um trecho do texto inserido no livro La vie des Templiers, da historiadora francesa Marion Melville, por verificar que ele se insere no que me leva a dedicar horas de leitura e pesquisa para poder deixar aqui registo do que penso poderá interessar a quem se interessa sobre estes assuntos. Mantenho o francês da edição original porque penso que é bem mais interessante cada um valer-se da sua própria tradução, do que ser eu a fazê-lo.
Refere-se a um passo da outorga da bula Omne Datum Optimum, de 29 de Março de 1139, que o papa Inocêncio II endereça a Robert de Craon — Notre cher fils Robert, maître de la chevalerie religieuse du Temple qui est situe en Jérusalem, como salienta —, 2º Mestre da Ordem no Outremer e sucessor do fundador e 1º mestre, Hugo de Payns, procurando esclarecer e demonstrar que a razão da existência da Ordem e as regalias a ela dadas, e bem explícitas nessa bula — que não é mais do que uma Magna Carta passada à Ordem do Templo e base de todos os seus privilégios — são claramente postas em evidência e expressam a obrigatoriedade, a determinado passo, de que o Instituto mantenha todas as doações que reis, príncipes e privados lhes tenham feito ou venham a fazer, mantendo a Milícia e todos os seus membros sobre a protecção declarada da Santa Sé. Diz esse trecho da bula:

Nous vous exhortons, vous et vos sergents, de combattre intrépidement les ennemis de la Croix; et pour vous récompenser Nous vous permettons de garder pour vous prendrez aux Sarrasins, sans que personne ait le droit de vous en réclamer une part. Nous déclarons que votre maison, avec touts ses possessions acquises para la libéralité dês princes, par dês aumônes, ou de n’importe quelle autre juste manière, demeure sous la tutelle et la protections du Saint-Siège. Tous les frères doivent obéissance au maître en toutes choses et tout temps. Nulle Maison, sauf celle où votre ordre s’établit à l’origine ne doit en être souveraine et maîtresse.

Por outro lado, e um pouco mais à frente no texto, o Papa exorta a que a Ordem deve ter sempre o seu centro ou sede em Jerusalém e que as Províncias — que já tinha espalhadas pela Europa — se mantenham estreitamente ligadas e obedientes à Casa-mãe na Cidade Santa. No respeitante à Península Ibérica, na luta violenta que a Ordem trava contra os mesmos inimigos da Cruz, a preocupação manifesta do Sumo Pontífice resulta dos efeitos e desenvolvimentos irregulares que os contigentes templários mantinham na luta contra os denodados combatentes islâmicos.
Mas isto é um outro capítulo e lá chegaremos mais desenvolvidamente, quando o momento se proporcionar e se tudo correr pelo melhor, como eu penso.

Até breve.

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