Já no reinado de D. Afonso I [Afonso Henriques], a Ordem dos Templários teve um impulso poderoso. A par de considerável posse de terrenos, adquirira privilégios e regalias muito importantes. Isto, ainda que os sucessores de D. Afonso I se mostrassem menos liberais para com a Ordem, em parte porque as outras ordens de cavaleiros, que se elevavam e tornavam merecedoras também, pretendiam igual consideração, em parte porque os reis futuros se sentiam cada vez menos inclinados a doações à custa da coroa. Com o tempo, ampliou-se, notoriamente, a circunferência dos territórios e ainda mais o âmbito dos privilégios da Ordem do Templo. Além disso, o mais pequeno terreno, que um particular ou um soberano cedia, nos tempos ulteriores, à Ordem, era muito mais precioso, porque a cultura e a população achavam-se num progresso contínuo. Mas, inquestionavelmente, mais importante que estas aquisições de terrenos eram as grandes regalias e privilégios que os papas conferiram, em diversas ocasiões, à Ordem. A longa série de privilégios e isenções que a ordem recebeu da Santa Sé, até à sua suspensão, forma uma grande carta de imunidades, que devia obrigar os cavaleiros à mais sincera gratidão para com os papas, ainda que estes, apenas com um traço de pena, concediam, sem o menor prejuízo próprio, a maior abundância de direitos à Ordem.
[Heinrich Schæfer, História de Portugal, Vol. I, p. 306, Ed. Escriptório da Empreza Editora, Porto, 1893.]
Até breve.
[Heinrich Schæfer, História de Portugal, Vol. I, p. 306, Ed. Escriptório da Empreza Editora, Porto, 1893.]
Até breve.
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