Estreitamente aparentado com a realeza leonesa, o grupo familiar dos descendentes dos antigos presores do século IX, em quem recaía a chefia do Condado portucalense, não sobreviveu muito tempo à mudança dinástica. Arredados ou subalternizados da guerra da fronteira, viram-se sem meios que lhes permitissem o reconhecimento régio da autonomia que até aí possuíam. Esvaziados dos seus direitos, prerrogativas e funções pelo monarca conquistador de Coimbra, tiveram o seu último acto político nuam rebelião dirigida contra um dos filhos de Fernando I, Garcia, o qual, após a morte do pai, assumira a chefia da Galiza e dos territórios ocidentais a sul do Minho. Na então perdida batalha de Pedroso (1071) perto de Braga, durante a qual foi morto o último dos senhores portucalenses, Nuno Mendes, findavam, definitivamente, os antigos poderes dos condes, de nada lhes valendo a tardia tentativa de buscar apoios entre os chefes moçárabes conimbricenses, como parece apontar o casamento de Loba Nunes Aurovelido, a filha e herdeira do conde Nuno Mendes, com Sisnando Davides, a quem Fernando I confiara, desde a sua conquista, a urbe de Coimbra, detendo poderes que a norte, se estendiam até ao Douro. Com efeito, provavelmente para recompensar a neutralidade manifestada pelo senhor de Coimbra durante a refrega de Pedroso, Afonso VI, o irmão de Garcia, interpretando a acção dos condes portucalenses como uma insurreição dirigida ao conjunto de descendentes de Fernando I, entregou a Sisnando os bens confiscados ao falecido sogro.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, pp. 125-126.]
Até breve.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, pp. 125-126.]
Até breve.
1 comentário:
Caro Pedro,
muito obrigado, pois agora tenho uma explicação:
Numa saga antiga alemã do século XIII (Kudrun Canção)fala-se de dois "Portugueses".
Os de "Portegal" (muito herois) e os de "Patrigalt" (menos herois)
Alias é muito interessante como a Gudrun está a espera de um (obvio) Portugues: Pricipe Sifrit das terras dos mouros de Alzabé (obviamente: Algrave)
sorry, todo em alemão:
http://briefeankonrad.blogspot.com/2009/03/die-erwahnung-portugals-und-der-algarve.html
abraço
Ralf
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