segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Glossário

Para que haja um melhor conhecimento e enquadramento da época medieval que vimos apreendendo nestes pequenos quadros históricos, que apresentamos diariamente — salvo os raros dias de não publicação por motivos absolutamente alheios à nossa vontade —, achei que seria importante e oportuno, tanto quanto útil, inserir um glossário (1) amplo e diverso que nos possa elucidar melhor quanto ao que pretendemos fazer conhecer. Como já fizemos anteriormente, e em tempo espaçado, daremos nota desses mesmos termos.

Glossário:

ababalhar: conspurcar.
abadar: prover de abade.
abaetar: enroupar-se; agasalhar-se.
abalado: comovido; impressionado.
alanzoador: resmungão; bazófia; tagarela.
alaúde: instrumento antigo de cordas, semelhante à guitarra.
alavanca: barra de ferro ou pau de remover ou levantar corpos pesados; corpo rígido em forma de barra que pode girar em torno de um eixo fixo chamado fulcro.
albente: que alveja.
albirrosado: de cor branca ligeiramente rosada.
albornoz [do ár. al-burnus.]: espécie de gabão com mangas e capuz usado pelos árabes; casaco largo com capuz ou gola grande.
alfoz [do ár. al-huz.] : arredores de um povoação.
algarrada [do ár. al-‘arrada.]: espécie de catapulta antiga.
azémola: besta de carga.
casa do de profundis: lugar em que se reza este salmo, antes que se entre para o refeitório.
emparedadas: assim se chamavam às mulheres que nos começos do século XIII, nos reinados de D. Sancho I e D. Afonso II se recolhiam em algumas casas a fazer penitências e também as nomeavam enceladas e a seus recolhimentos celas.
gonia: prazer; regozijo; descanso; entretenimento; gosto; consolação, alívio.
hisn: o castelo, a fortificação, na terminologia árabe.
malha [O m. q. debulha.]: eram os processos utilizados para se desalojar os grãos das espigas.
morabitino: moeda de ouro com valor que variou ao longo do tempo e que equivalia, em geral, a 20 soldos.
portádigo: portagem, imposto indirecto que incidia sobre a compra e venda de mercadorias entradas no concelho.
perciçoeiro: livro que contém o que se diz, canta ou reza nas procissões.
pinaça: embarcação de pequeno fuste, de vela e remo, não muito segura mas ligeira.
pobramento: tempo ou época em que uma terra, lugar, cidade ou vila se começou a povoar.
pôr em pés: mostrar ser verdade, e ter fundamento o que se conta, diz ou alega.
pôrra: dava-se, em tempos antigos, este nome aos ceptros ou maças que nas catedrais, colegiadas insignes e alguns mosteiros serviam de ornato e magnificência às mais solenes procissões.
rodízios: peça do moinho de água que, movida pela água que lhe cai numa das travessas escavadas, chamadas «penas», faz andar a mó.
solarengo: dependente que trabalha e está sob a tutela do possidente de um solar.
terra-chã: aldeia ou povoação pequena, que não é cabeça de concelho, nem tem muros, torres ou castelos.
zarco: dizem que assim se chamavam os que tinham os olhos azuis e em demasia claros. Igualmente se diz daquele que é vesgo ou torto da vista; zarolho.
Pedro Alvites

Nota:

(1) — Para uma consulta da bibliografia aqui inserida, dar-se-á uma relação num dos dias finais de cada ano.
Até breve.

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