O exílio castelhano de muitos dos nobres que depois formaram a corte de Afonso III de Portugal, as idas e vindas dos jograis e trovadores, o regresso aos seus paços e quintãs de antigos combatentes de Sevilha contribuíram para que, a partir de cerca de 1250, muitos nobres tomassem consciência de outros modelos sociais, de outros sinais de prestígio, e de outros níveis de poder. Traziam consigo o fascínio por um mundo mais contrastado e com padrões superiores mais altos do que os que podiam encontrar em Portugal. Mas as ocasiões de emigração tornaram-se menos prementes. Portugal assistiu, entre 1250 e 1300 a um grande desenvolvimento económico, ocupou-se com o povoamento das novas províncias adquiridas nas décadas anteriores, o Alentejo e o Algarve, e estes factos permitiram a muitos nobres de todas as categorias permanecerem em Portugal e sustentarem o seu nível social sem terem de procurar o exílio. Por outro lado, a Reconquista castelhana passou a marcar passo a partir de 1248. Os combates não cessaram, mas a miragem do saque diminuiu: a fronteira passava a ser lugar de rigorosa disciplina militar, de poucas vantagens materiais e de risco de morte. Passou a atrair sobretudo os cavaleiros mais ousados ou com verdadeiras dificuldades de subsistência.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 331.]
Até breve.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 331.]
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