terça-feira, 14 de outubro de 2008

A função de vigia.

torre de Santa Maria dos Olivais, em Tomar.

A função de vigia poderia ser exercida por qualquer membro da comunidade, mas verificamos por exemplo pelos foros de Castelo Rodrigo ou de Alfaiates, a existência de especialistas desta função, os atalaeiros ou talaeiros. Seriam homens experimentados e, sobretudo, especialistas quanto ao local onde se deveriam colocar vigias ou as estruturas de vigilância. Isso mesmo parece poder depreender-se de uma passagem dos foros de castelo Rodrigo, onde se lê que «atalaeiro ou outro homem que estiver em vela e for achado a dormir…», reforçando-se, igualmente, a importância de tal função.
Todo este sistema de castelos, castros, torres e atalaias, se tinha um carácter eminentemente defensivo e ordenador do espaço conquistado, era também, em boa medida, parte integrante do apoio a acções de defesa móvel, como o apelido (que poderia ser geral oi régio, e também da responsabilidade do concelho), e a expedições para lá do «limes». Os fossados e as algaras aparecem como formas de agressão levadas a cabo pelas comunidades de fronteira, mas podemos em alguns casos classificá-las (…), como momentos de defesa dinâmica
.
[Pedro Gomes Barbosa, Reconquista cristã. Nas origens de Portugal. Séculos IX a XII, p. 94, Esquilo, Lisboa, 2008.]


Até breve.

Sem comentários: