Na realidade, o primeiro testemunho da presença dos Templários em Portugal remonta a 19 de Março de 1128, quando D. Teresa lhes doa o Castelo de Soure — «… meorum castell scilicet quod Saurium vocatur…» — com seu termo (DMP, DR I, doc. 79) (1) Portanto, os primeiros testemunhos da presença dos templários em Portugal são sensivelmente contemporâneos de um momento-chave da história da ordem, quando o Concílio de Troyes promulgou, em Janeiro de 1128, a Regra da Ordem, um texto redigido por S. Bernardo no ano precedente. Coincidindo com o Concílio, Hughues de Payns desloca-se à Europa, em 1127-1128, para recolher apoios mais explícitos à sua causa. É neste ambiente que devemos perspectivar a doação de D. Teresa. O diploma de doação do Castelo de Soure e seu termo não define de forma explícita os limites deste espaço encravado entre os territórios de Montemor-o-Velho e de Coimbra, uma zona fulcral para a defesa desta cidade já que permitia o controle dos acessos a Sul. Tratava-se, de resto, de um espaço com uma importância estratégica crescente, que saiu amplamente reforçada quando D. Afonso Henriques se fixou em Coimbra, a partir de 1131, convertendo esta cidade em «capital» do reino.
[Mário Jorge Barroca, A Ordem do Templo e a Arquitectura Militar portuguesa do século XII, pp. 172-173, Portugália, Nova Série — Volume XVII-XVII, separata, Instituto de Arqueologia, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1996/1997.]
Nota do Autor:
(1). — Existe um projecto de uma ampla doação à Ordem do Templo, de que eram protagonistas D. Teresa, o Conde galego D. Fernão Peres de Trava e outros nobres, que incluía a doação de Fonte Arcada (Penafiel) entre numerosos outros bens, e que para Carl Erdmann não terá saído do limiar das intensões (cf. Carl Erdmann, A Ideia de Cruzada em Portugal, Coimbra 1940, p. 33). No entanto, e como Rui de Azevedo sublinhou, as Inquirições de 1258 registam que Fonte Arcada era da Ordem do Templo e que tinha sido doada por D. Teresa (cf. Rui de Azevedo in DMP, DR I, tomo 2, p. 593; PMH, Inq., p579), o que parece indicar que o projecto de doação terá sido realmente executado. O documento de D. Teresa não tem data expressa, tendo Rui de Azevedo fixado a datação crítica em 1128 (cf. DMP, DR I, doc. 77). Assim, este deve ser colocado lado a lado com a doação do castelo de Soure como um dos mais antigos testemunhos da presença dos Templários em terras portuguesas. (Ibidem, nota 2, p. 172.)
[Mário Jorge Barroca, A Ordem do Templo e a Arquitectura Militar portuguesa do século XII, pp. 172-173, Portugália, Nova Série — Volume XVII-XVII, separata, Instituto de Arqueologia, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1996/1997.]
Nota do Autor:
(1). — Existe um projecto de uma ampla doação à Ordem do Templo, de que eram protagonistas D. Teresa, o Conde galego D. Fernão Peres de Trava e outros nobres, que incluía a doação de Fonte Arcada (Penafiel) entre numerosos outros bens, e que para Carl Erdmann não terá saído do limiar das intensões (cf. Carl Erdmann, A Ideia de Cruzada em Portugal, Coimbra 1940, p. 33). No entanto, e como Rui de Azevedo sublinhou, as Inquirições de 1258 registam que Fonte Arcada era da Ordem do Templo e que tinha sido doada por D. Teresa (cf. Rui de Azevedo in DMP, DR I, tomo 2, p. 593; PMH, Inq., p579), o que parece indicar que o projecto de doação terá sido realmente executado. O documento de D. Teresa não tem data expressa, tendo Rui de Azevedo fixado a datação crítica em 1128 (cf. DMP, DR I, doc. 77). Assim, este deve ser colocado lado a lado com a doação do castelo de Soure como um dos mais antigos testemunhos da presença dos Templários em terras portuguesas. (Ibidem, nota 2, p. 172.)
Até breve.
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