Chegara o momento dos descendentes do conquistador do Porto, [o conde] Vímara Peres [868-873], acederem à titularidade do Condado Portucalense. Depois de um breve período em que a condessa Todadomna, a viúva de Mendo Gonçalves, exerceu a chefia condal, tais funções são entregues a Alvito Nunes (985-1016), um trineto de Vímara Peres, talvez a partir do momento em que Afonso V chegou à maioridade e que, desejando aliviar a pressão nobiliárquica exercida sobre a realeza, tenha escolhido para o cargo um magnata de uma linha familiar descendente dos pressores da época de Afonso III que se não tivesse envolvido grandemente nas lutas dinásticas do passado, o que era o caso. A menos que o jovem rei apenas tivesse entregue o poder ao nobre que chefiara a rebelião contra o antigo conde. Seja como for, o casamento do filho e sucessor de Alvito Nunes, Nuno Alvites (985-1015), com a filha e herdeira de Mendo Gonçalves, reunificava a constelação familiar que desde o século IX detinha o poder no Entre Minho e Mondego.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, p. 124.]
Até breve.
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