Os cistercienses souberam extrair da sua Regra a grande sabedoria que esta continha, e utilizaram-na na sua vida espiritual e na vida organizativa das suas comunidades e de toda a Ordem. No prólogo da Regra podem encontrar-se frases que denotam a tradição do cristão como “soldado de Cristo”:
“[…] [3] Minha palavra dirige-se agora a ti, quem quer que sejas, que renuncias às tuas próprias vontades e tomas as esclarecidas e poderosíssimas armas da obediência, para militar por Cristo Senhor, verdadeiro Rei. [...] [22] Se queremos habitar na morada do seu reino, pois que não se chega ali correndo com boas obras, [23] perguntemos ao Senhor com o Profeta, dizendo-lhe: “Senhor, quem habitará na tua morada, ou quem descansará no teu monte santo?”. [24] Feita esta pergunta, irmãos, oiçamos o Senhor que nos responde e que nos mostra o caminho desta morada [25] dizendo: “O que anda sem pecado e pratica a justiça, [26] o que diz a verdade no seu coração e não tem astúcia na sua língua, [27] o que não fez mal ao próximo nem admitiu que o ultrajassem”. [28] O que afastou do olhar do seu coração o maligno diabo tentador e a própria tentação, e o aniquilou, e tomou os seus pensamentos nascentes e os atirou contra Cristo. [...] [39] Quando perguntamos ao Senhor, irmãos, sobre quem moraria em sua casa, ouvimos o que há que fazer para habitar nela, a condição de cumprir com o dever de morador. [40] Por isso, preparemos os nossos corações e os nossos corpos para militar sob a santa obediência dos preceitos, [41] e roguemos ao Senhor que nos conceda a ajuda da sua graça, para cumprir o que a nossa natureza não pode. [42] E se queremos evitar as penas do inferno e chegar à vida eterna, [43] enquanto temos tempo, e nos encontramos neste corpo e possamos cumprir todas estas coisas à luz desta vida, [44] corramos e pratiquemos agora o que se nos aproveitará eternamente. [...] [47] Mas se, por uma razão de equidade, para corrigir os vícios ou para conservar a caridade, se dispõe algo mais estrito, [48] não fujas em seguida, aterrado, do caminho da salvação, porque este tem apenas um estreito começo. [...] [50] Deste modo, não nos afastando nunca do seu magistério e perseverando na sua doutrina, no mosteiro, até à morte, participemos nos sofrimentos de Cristo pela paciência, a fim de merecer também acompanhá-lo no seu reino.”
[Francisco Rafael de Pascual, A Continuidade do Templo nas Ordens Militares e de Cister. Valores e Ideais dos Templários, Codex Templi, Cap. XIV, pp. 312-313, Zéfiro, Sintra, 2007.]
“[…] [3] Minha palavra dirige-se agora a ti, quem quer que sejas, que renuncias às tuas próprias vontades e tomas as esclarecidas e poderosíssimas armas da obediência, para militar por Cristo Senhor, verdadeiro Rei. [...] [22] Se queremos habitar na morada do seu reino, pois que não se chega ali correndo com boas obras, [23] perguntemos ao Senhor com o Profeta, dizendo-lhe: “Senhor, quem habitará na tua morada, ou quem descansará no teu monte santo?”. [24] Feita esta pergunta, irmãos, oiçamos o Senhor que nos responde e que nos mostra o caminho desta morada [25] dizendo: “O que anda sem pecado e pratica a justiça, [26] o que diz a verdade no seu coração e não tem astúcia na sua língua, [27] o que não fez mal ao próximo nem admitiu que o ultrajassem”. [28] O que afastou do olhar do seu coração o maligno diabo tentador e a própria tentação, e o aniquilou, e tomou os seus pensamentos nascentes e os atirou contra Cristo. [...] [39] Quando perguntamos ao Senhor, irmãos, sobre quem moraria em sua casa, ouvimos o que há que fazer para habitar nela, a condição de cumprir com o dever de morador. [40] Por isso, preparemos os nossos corações e os nossos corpos para militar sob a santa obediência dos preceitos, [41] e roguemos ao Senhor que nos conceda a ajuda da sua graça, para cumprir o que a nossa natureza não pode. [42] E se queremos evitar as penas do inferno e chegar à vida eterna, [43] enquanto temos tempo, e nos encontramos neste corpo e possamos cumprir todas estas coisas à luz desta vida, [44] corramos e pratiquemos agora o que se nos aproveitará eternamente. [...] [47] Mas se, por uma razão de equidade, para corrigir os vícios ou para conservar a caridade, se dispõe algo mais estrito, [48] não fujas em seguida, aterrado, do caminho da salvação, porque este tem apenas um estreito começo. [...] [50] Deste modo, não nos afastando nunca do seu magistério e perseverando na sua doutrina, no mosteiro, até à morte, participemos nos sofrimentos de Cristo pela paciência, a fim de merecer também acompanhá-lo no seu reino.”
[Francisco Rafael de Pascual, A Continuidade do Templo nas Ordens Militares e de Cister. Valores e Ideais dos Templários, Codex Templi, Cap. XIV, pp. 312-313, Zéfiro, Sintra, 2007.]
Até breve.
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