Trecho 4º. — Os bens templários e a extinção da Ordem em Portugal.
A grande preocupação dos reis desse período [segunda metade do século XIII e o princípio do século XIV] cifra-se na administração interna do país e nas lutas com o clero. Esmorecera a actividade militar e, com ela, as ideias de cruzada. De modo particular, o governo de D. Dinis (1279-1325) foi todo orientado em sentido económico. Os tempos haviam mudado. Todavia, a conduta deste rei permite-nos lançar um olhar interessante sobre a situação da cavalaria portuguesa, no momento em que foi extinta a Ordem dos templários. Na Europa central, a catástrofe dos templários representa o adeus definitivo à época das cruzadas. Não assim em Portugal.
A falar a verdade, o ponto vital da questão templária era o mesmo para D. Dinis que para Filipe o Belo de França: o destino dos bens da Ordem. Já em 1307, quando a tempestade se desencadeou sobre os templários, ele se apossara desses bens, contestando os direitos da Ordem, e pelo tempo adiante defendeu o seu próprio direito a esses bens, valendo-se de ficções jurídicas.
Talvez lhe tivesse sido possível reter em suas mãos a porção principal dessa riqueza com métodos semelhantes aos que Filipe o belo empregava. Não o fez. Só lhe interessava que o rico património não saísse para fora do país. É o que teria acontecido, pelo menos em parte, se os bens passassem para os cavaleiros de S. João. [Carl Erdmann, A ideia de cruzada em Portugal, Ed. do Instituto Alemão da Universidade de Coimbra, pp 50-41, Coimbra, 1940.]
A grande preocupação dos reis desse período [segunda metade do século XIII e o princípio do século XIV] cifra-se na administração interna do país e nas lutas com o clero. Esmorecera a actividade militar e, com ela, as ideias de cruzada. De modo particular, o governo de D. Dinis (1279-1325) foi todo orientado em sentido económico. Os tempos haviam mudado. Todavia, a conduta deste rei permite-nos lançar um olhar interessante sobre a situação da cavalaria portuguesa, no momento em que foi extinta a Ordem dos templários. Na Europa central, a catástrofe dos templários representa o adeus definitivo à época das cruzadas. Não assim em Portugal.
A falar a verdade, o ponto vital da questão templária era o mesmo para D. Dinis que para Filipe o Belo de França: o destino dos bens da Ordem. Já em 1307, quando a tempestade se desencadeou sobre os templários, ele se apossara desses bens, contestando os direitos da Ordem, e pelo tempo adiante defendeu o seu próprio direito a esses bens, valendo-se de ficções jurídicas.
Talvez lhe tivesse sido possível reter em suas mãos a porção principal dessa riqueza com métodos semelhantes aos que Filipe o belo empregava. Não o fez. Só lhe interessava que o rico património não saísse para fora do país. É o que teria acontecido, pelo menos em parte, se os bens passassem para os cavaleiros de S. João. [Carl Erdmann, A ideia de cruzada em Portugal, Ed. do Instituto Alemão da Universidade de Coimbra, pp 50-41, Coimbra, 1940.]
Até breve.
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