A Ordem exerce paralelamente, tanto no Oriente como no Ocidente, para além das suas habituais funções religiosas e guerreiras, uma outra: a de banca. Os empréstimos eram não só concedidos a reis, a parte de uma nobreza poderosa e competitiva, como a uma burguesia que começava a mostrar-se, e a posicionar-se no reino, ainda que timidamente. Uma outra nobreza, paralelamente — por enquanto não tão poderosa e sustentada, mas a tornar-se já capaz, por si própria — numa intentada doação de terras à Ordem, procurava a sua filiação nesta. Por vezes, conseguia-o. As razões eram fortes, até porque o poder do dinheiro ou das doações criara e sustentara as diferenças. Exactamente por isso, tanto de dinheiro emprestado quanto de filiação recusada, nasceram rancores e ódios ocultos. A teia tecida por algumas aranhas iria provocar uma outra bem maior, na sua plena e mais perfeita forma, precisamente dentro de um século.
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 104.]
[José Manuel Capêlo, Portugal templário, Relação e sucessão dos seus Mestres [1124-1314], A presença templária em Portugal, p. 104.]
Até breve.
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