sábado, 27 de dezembro de 2008

O turista medieval.

O forasteiro que percorria qualquer vila ou cidade medieval levava da paisagem urbana uma imagem efémera e parcial. Era demasiado curto, com efeito, o tempo que gastava a calcorrear o caminho que ligava a porta por onde entrara à que escolhera para sair. E certo que não ficava indiferente ao protagonismo da muralha e, se os seus olhos conseguiam apartar-se dos tabuleiros repletos de tentadoras mercadorias que ladeavam o seu percurso, reconhecia a muralha, o castelo, os campanários que anunciavam a presença de igrejas e/ou mosteiros ou os pormenores arquitectónicos que caracterizavam uma residência de prestígio.
Se porventura a sua estada se prolongava por mais algumas horas ou dias tomava contacto com outras artérias. Exactamente aquelas que o conduziam a locais e/ou edifícios de utilização pública — o mercado, a estalagem, a igreja, o paço do concelho, entre outros —, destinos mais frequentes das suas deslocações a um núcleo urbano
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[Amélia Aguiar Andrade, Percursos Vividos, Percursos Conhecidos nos Núcleos Urbanos Medievais, Estudos de História e Arte — Homenagem a Artur Nobre de Gusmão, Edições Vega, 1995].

Até breve.

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