Em 1281, dois anos após ter subido ao trono, D. Dinis teve o seu primeiro confronto senhorial com a nobreza. Foi ele protagonizado pelo irmão, o infante Afonso, a quem Afonso III fizera senhor de Portalegre, Arronches, Marvão e Castelo de Vide, e que, para além de também deter o senhorio da Lourinhã, desempenhava altos cargos militares na Beira e no Alto Douro, visto daí deter as tenências da Guarda e Lamego. Chefiava, portanto, uma imponente casa senhorial cujo principal núcleo, estabelecido na fronteira com Castela, poderia revelar-se, em caso de rebelião contra o monarca, perigoso para os interesses do reino. Consciente destes riscos o soberano reagiu prontamente ao primeiro sinal demonstrativo da arrogância senhorial manifestada pelo irmão e principal vassalo. O pretexto ocorreu quando o infante começou a fortificar, sem autorização do rei, a vila fronteiriça de Castelo de Vide. Interpretando o facto como desafio à autoridade régia, o soberano dirigiu-se com as suas hostes ao Alentejo e, após confrontos com os exércitos feudais do irmão, obrigou-o a uma fuga-derrota para Sevilha, de onde só regressaria a Portugal no ano seguinte, em, 1282, depois de firmadas pazes com o seu rei e suserano.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, Inquirições de D. Dinis, pp. 49-50, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII.]
Até breve.
[José Mattoso, Luís Krus, Amélia Andrade, Inquirições de D. Dinis, pp. 49-50, O Castelo e a Feira, a terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII.]
Até breve.
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