O número de torres adossadas aos panos de muralha multiplica-se possibilitando a defesa directa dos alicerces dos muros e a manutenção do inimigo à distância. O seu espaçamento seria calculado em função do alcance do tiro, de arco e sobretudo de besta, por forma a que de um torreão fosse possível atingir a base do outro. Esta articulação entre os vários elementos que compunham a muralha tornava a defesa da integridade dos seus muros mais eficaz. Por outro, o adarve ou caminho de ronda alargar-se, traduzindo uma maior espessura das muralhas e facilitando a movimentação das guarnições em caso de cerco. As escadas de acesso ao adarve deixam de ser erguidas na espessura dos muros, como era predominante na fase anterior, para passar a constituir um maciço pétreo adossado ao pano de muralha. Com esta solução, os castelos góticos conseguiam que o adarve preservasse toda a sua superfície disponível para a circulação da guarnição encarregada da defesa dos muros. Coroando estes, as ameias apresentam tendência para serem mais largas e beixas, sendo munidas, ao centro do seu maciço pétreo, de seteiras adaptadas ao tiro de arco e de besta. Ao mesmo tempo as portas de acesso principais passam a estar protegidas por balcões munidos de matacães, permitindo o tiro vertical.
[Mário Jorge Barroca, Do castelo da Reconquista ao castelo Românico (séc. IX a XII), Portugália, Nova Série, Vol. XI-XII, p. 125.]
[Mário Jorge Barroca, Do castelo da Reconquista ao castelo Românico (séc. IX a XII), Portugália, Nova Série, Vol. XI-XII, p. 125.]
Até breve.
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