Com efeito, as notícias que se podem recolher de portugueses que se deslocam para os reinos cristãos da Hispânia referem-se apenas aos que hoje chamaríamos exilados políticos. Os seus nomes são Pêro Pais da Maia, o Alferes, Mendo Fernandes de Bragança, e Martim Vasques de Soverosa. O primeiro era alferes de Afonso Henriques e passou a desempenhar o mesmo cargo ao serviço do rei Fernando II de Leão depois de 1189, decerto por lhe ter sido atribuída alguma responsabilidade na derrota de Afonso Henriques e na perda de Badajoz. O segundo, foi alferes do mesmo rei ainda antes dessa data, entre 1157 e 1159, depois de ter desempenhado as mesmas funções na corte como predecessor de Pêro Pais da Maia. O terceiro não foi propriamente um exilado. Era alferes de Sancho I e foi feito cativo dos mouros em Palência, provavelmente em 1197, decerto por ter ido auxiliar o rei de Leão a rechaçar os almóadas que atacaram a cidade nesse mesmo ano. Note-se que todos eles eram alferes. Seguiam, portanto, a carreira militar. Podiam mesmo não haver recebido nenhuma herança, o que facilitaria a sua deslocação para outro reino.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 326, Círculo de Leitores, Lisboa, 2000.]
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 326, Círculo de Leitores, Lisboa, 2000.]
Até breve.
Sem comentários:
Enviar um comentário