Se os meses de Abril e Maio desse ano os gastou D. Afonso [Henriques] a preparar o exército, de certo não contaria então com o auxílio da armada dos cruzados, a não ser que queiramos atribuir ao fero batalhador medieval o santo privilégio de unir na visão do presente os factos contingentes dum futuro distante. Mas não é preciso cingir a fronte do bravo guerreiro de tantas batalhas, com a auréola da santidade a que Deus revela os arcanos impenetráveis da Providência: para a glória e imortalidade do Homem que foi o açoite dos Mouros, é suficiente o brilho fulgurante da sua espada vitoriosa e a memória da sua longa vida toda consagrada a dar a um povo ansioso de independência os limites duma pátria autónoma onde pudesse livremente dirigir-se e preparar os seus destinos.
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, p. 45.]
[José Augusto de Oliveira, O Cerco de Lisboa em 1147, p. 45.]
Até breve.
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