Rui de Pina e Duarte Galvão não deixaram, no entanto, de veicular nas suas crónicas dos monarcas da dinastia de Borgonha um olhar condicionado pelo favor e pelo interesse da realeza, a quem serviram e por quem foram protegidos. O primeiro, originário da cidade da Guarda e pertencente a uma família da pequena nobreza que contara com vários membros ao serviço da coroa, desempenhou várias funções administrativas e diplomáticas na casa e na corte de D. João II, antes de se dedicar à escrita da história dos reis de Portugal e, em 1497, ter sido nomeado, pelo monarca D. Manuel I, cronista-mor do reino e guarda-mor da Torre do Tombo, enquanto o seu irmão, Fernão Pina, pela mesma época, levava a cabo no arquivo régio a chamada “Retoma dos Forais”. Tendo iniciado um projecto de selecção e cópia dos antigos documentos da chancelaria, da qual resultou o começo da composição dos códices designados da “Leitura Nova”, Rui de Pina teve então acesso, para além dos textos redigidos pelos anteriores cronistas oficiais, ao conhecimento e à consulta da vasta documentação existente no arquivo da coroa, utilizando-a e reproduzindo-a sobretudo na feitura das crónicas dos monarcas D. Duarte, D. Afonso V e D. João II, de acordo com um labor historiográfico de onde resultaram várias mercês e recompensas régias (1).
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 18, Patrimonia Historica, Cascais, 2001.]
Nota da autora:
(1). — Nascido cerca de 1440, Rui de Pina ingressou muito jovem na casa de D. João II, ainda em vida de D. Afonso V, nela exercendo funções de escrivão e de notário. Com a subida ao trono do seu senhor, em 1481, foram-lhe confiadas missões diplomáticas a Castela e a Roma, depressa se tornando num importante privado do monarca de quem abrirá e lerá o respectivo testamento em 1494. Tendo, entretanto, desde 1490, começado um labor de cronista que será reconhecido, em 1497, com a nomeação, pelo rei D. Manuel I, para o cargo de cronista-mor do reino e guarda-mor da Torre do Tombo, neles acabará por ser sucedido, à sua morte, em 1528, por um dos filhos, Fernão Pina. [Ibidem, nota 31.]
[Maria Sofia Marques Condessa, A memória das cidades dos séculos XII a XIV, nas crónicas de Rui de Pina e Duarte Galvão, p. 18, Patrimonia Historica, Cascais, 2001.]
Nota da autora:
(1). — Nascido cerca de 1440, Rui de Pina ingressou muito jovem na casa de D. João II, ainda em vida de D. Afonso V, nela exercendo funções de escrivão e de notário. Com a subida ao trono do seu senhor, em 1481, foram-lhe confiadas missões diplomáticas a Castela e a Roma, depressa se tornando num importante privado do monarca de quem abrirá e lerá o respectivo testamento em 1494. Tendo, entretanto, desde 1490, começado um labor de cronista que será reconhecido, em 1497, com a nomeação, pelo rei D. Manuel I, para o cargo de cronista-mor do reino e guarda-mor da Torre do Tombo, neles acabará por ser sucedido, à sua morte, em 1528, por um dos filhos, Fernão Pina. [Ibidem, nota 31.]
Até breve.
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