segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Comenda do Torrão. (II)

Da opulência desta comenda nos dá testemunho a relação que em resumo publicamos a seguir, o que entendemos ser de algum interesse como subsídio para a história da propriedade da região:
«Na rua da Judearia, além das casas que serviam de aposentamento ao Comendador, possuía a Ordem umas catorze moradas de casas, algumas com quintal onde existiam várias árvores de fruto.
Na rua dos Mercadores duas casas com celeiros.
Na ribeira de Chinches, abaixo do castelo, uma extensa propriedade com um forno de cal, e junto desta muitas vinhas, várias courelas e olivais, com casas de morada, celeiros e lagar de azeite.
Junto à Horta do Paraíso um chão de ferragial.
Uma vinha e olival com árvores de fruto no sítio de Poço das Pias.
No termo da vila uma herdade onde chamam o Torrão, com um assento de casas com seu alpendre; e perto desta herdade, no Ribeiro da Charruada, um moinho e duas azenhas.
Mais duas herdades juntas denominadas respectivamente de Barbacena e Pena Clara, cada uma delas com seu assento de casas, celeiros, pomares com variadas árvores de fruto e videiras. A de Barbacena lavrava-se em três folhas, levando cada folha quatro moios de pão, e a de Pena Clara com três folhas, igualmente levando cada folha moios e meio.
No caminho de Balhadouçe (Badajoz), mais quatro herdades, cada uma das quais tinha também sua casa e celeiros, com três folhas que levavam respectivamente dois a três moios de pão em semeadura, denominadas respectivamente o Outeiro, Taipas, Onde entra o Caya e herdade do Caya. O seu arrendamento no ano de 1503 era por vinte moios de trigo e sete de cevada pagos nas eiras, quatro mil reis de pitança e vinte e quatro galinhas.
Junto do rio Caia tinha a Ordem cinco moinhos
.
[P. M. Laranjo Coelho, As Ordens de Cavalaria no Alto Alentejo, O Archeologo Português, p. 246.]

Até breve.

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