No mesmo exército, que conquistou em 1242 e 1243 o reino de Múrcia, aparecem também dois senhores da família dos Vinhais e dois outros da família dos Correias, sendo um deles o célebre Mestre da Ordem de Santiago, Paio Peres Correia. No cerco de Sevilha, em 1248, aparecem, além do próprio Mestre de Santiago, seu irmão homónimo chamado o Alvarazento, seus sobrinhos Gonçalo Anes e Gomes Anes e seus primos Gonçalo e Afonso Martins do Vinhal. No mesmo exército participam ainda João Pires de Vasconcelos, o Tenreiro, Gil Pires Feijó ou Gil Pires Conde, outro trovador, Gonçalo Anes de Portocarreiro, Fernão Anes de Lima, Afonso Lopes de Baião, Lourenço Pais de Alvarenga, etc. A maioria é favorecida com terras no repartimiento de Sevilha, mas nem todos por aí ficaram. A maior parte parece ter vendido ou abandonado essas terras e casas e regressado a Portugal, ou fixaram-se noutros locais. Assim, por exemplo, Afonso Lopes de Baião regressa a Portugal no próprio ano do repartimiento, em 1253, aparecendo como governador da terra de Sousa; Afonso Pais de Novais foi alcaide de Coimbra pelo menos em 1265; Fernão Rodrigues Pacheco figura na corte de Afonso III desde 1251; João Peres Redondo tinha grandes propriedades Entre-Cávado-e-Minho em 1258, assim como Lopo Hermiges da Teixeira; Pêro Homem de Pereira aparece no Porto em 1262; e assim sucessivamente. Não é preciso multiplicar os exemplos. Deduz-se daqui que a colaboração no cerco de Sevilha representou quase sempre um exílio passageiro.
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 330.]
[José Mattoso, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, Naquele Tempo, Ensaios de História Medieval, Vol. 1, p. 330.]
Até breve.
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